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Em depoimento a Moraes, Cid confirma que Bolsonaro sabia sobre plano de golpe

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Oitiva do militar complica a situação do ex-presidente, que foi indiciado pela Polícia Federal

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do plano para tentar dar um golpe de Estado.

Cid indicou ao ministro Moraes que o ex-chefe do Executivo era o líder da organização criminosa montada para o golpe e que tramou o assassinato do presidente Luíz Inácio Lula da Silva,  do vice, Geraldo Alckmin, e do próprio magistrado.

Em entrevista a GloboNews, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, confirmou que Bolsonaro sabia de tudo. “Confirma que sabia, sim, na verdade o presidente de então sabia tudo. Na verdade, comandava essa organização”, frisou o advogado.

Em conversa com investigadores, a reportagem do Correio confirmou que Cid citou Bolsonaro, mas não deu detalhes sobre reuniões e troca de informações para discutir a tentativa de golpe. Sobre o plano para matar Lula e Alckmin, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou que o então presidente “sabia que uma movimentação estava acontecendo”, de acordo com fontes ligadas às investigações.

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Cid foi ouvido ontem (21) sobre contradições que deu em depoimentos válidos por um acordo de delação. Após a audiência, Moraes entendeu que as explicações foram satisfatórias e manteve a validade do acordo. Tanto Cid quanto Bolsonaro foram indiciados pela PF no inquérito que apura os ataques de 8 de janeiro e a tentativa de golpe de Estado.

“CB”
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MP-TCU pede suspensão dos salários de Bolsonaro e outros militares

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No texto, o subprocurador destaca que os salários dos militares totalizam anualmente R$ 8,8 milhões

O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, solicitou a suspensão do pagamento do salário do ex-presidente Jair Bolsonaro (capitão reformado), que recebe R$ 12,3 mil. 

Na representação, assinada na sexta-feira (22/11), são citados outros 24 militares ativos e da reserva do Exército que foram indiciados pela Polícia Federal (PF) por participação em uma tentativa de golpe de Estado. Entre eles, os generais da reserva Augusto Heleno e Braga Netto, cujos salários, respectivamente, são de R$ 36,5 mil e R$ 35,2 mil. Além do tenente-coronel Mauro Cid (R$ 27 mil).

No texto, o subprocurador destaca que os salários dos militares totalizam anualmente R$ 8,8 milhões. “A se permitir essa situação – a continuidade do pagamento da remuneração a esses indivíduos – o Estado está despendendo recursos públicos com a remuneração de agentes que tramaram a destruição desse próprio Estado para instaurar uma ditadura”, afirma Furtado.

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Furtado ainda solicita o bloqueio de bens no valor de R$ 56 milhões de todos os 37 indiciados pela PF, bem como o compartilhamento do inquérito, que está sob segredo de justiça, com o TCU. Segundo o TCU, ainda não foi iniciado o processo para a análise da suspensão dos salários.

“Por haver esse evidente desdobramento causal entre a trama golpista engendrada pelos 37 indiciados e os prejuízos aos cofres públicos decorrentes dos atos de destruição do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023, que montam em R$ 56 milhões, considero que a medida cautelar também deve abranger a indisponibilidade de bens”, disse o subprocurador.

“CB”

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