POLÍTICA
Gleisi Hoffmann citou Lula e Bolsonaro em metade dos discursos na Câmara
POLÍTICA

Levantamento do Correio, realizado com auxílio da ferramenta Pinpoint, detalha os discursos da nova ministra de Relações Institucionais, no plenário da Câmara dos Deputados
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), que toma posse nesta segunda-feira (10/3) como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), mencionou o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidenteJair Bolsonaro em 16 discursos no plenário da Câmara. O número corresponde a 47% dos discursos realizados pela parlamentar entre 2022 e 2025.
Os dados foram levantados pelo Correio, por meio da ferramenta Pinpoint, que fez a leitura de 34 pronunciamentos em plenário realizados entre 2022 e 2025. Os documentos foram obtidos na página da Câmara dos Deputados, onde são registrados os discursos parlamentares.
Isoladamente, o nome de Lula aparece em 64,7% dos discursos feitos por Gleisi no plenário. Em números absolutos, o presidente acabou citado 80 vezes no período analisado; já Bolsonaro foi citado pela presidente do PT em 16 discursos entre 2022 a 2025, o que representa 47% dos discursos. Nesses discursos, o nome Bolsonaro ou Jair Bolsonaro aparecem 68 vezes.
Em geral, as menções criticam a atuação de Bolsonaro enquanto presidente e a “herança maldita” deixada para a gestão de Lula.
Já as menções sobre Lula defendem o presidente diante de falas de outros deputados ou apresentam políticas do governo federal.
No último discurso de 2024, Gleisi defendeu a política econômica do governo Lula 3 e afirmou que os problemas fiscais do país foram herdados da gestão anterior. “Por que agora nós estamos vivendo um momento diferente, em que a dívida pública está mais alta, em que ainda temos problemas na área fiscal — e que são muito poucos? É culpa do Lula? Não, claro que não! É culpa da herança maldita que nos deixou o governo Bolsonaro: o descontrole nas contas públicas, a gastança de quase 300 bilhões no processo eleitoral”, defendeu Gleisi.
Gleisi é aliada de Lula há muitos anos e é presidente do Partido dos Trabalhadores desde 2017. Conhecida por ter um perfil combativo e enérgico diante dos embates públicos a oposição, Gleisi sempre adotou uma postura de lealdade com Lula.
Com a posse de Gleisi Hoffmann — marcada para esta segunda-feira (10/3) — na posição de articulista do governo,Lula amplia os espaços de poder para a base da esquerda e honra um nome muito elogiado pelo presidente. Por outro lado, a escolha de Gleisi pode gerar problemas nas negociações com os partidos do centro e principalmente da direita.A nova ministra garante que terá um diálogo democrático com todas as vertentes do Congresso.
Gleisi Hoffmann assume no lugar de Alexandre Padilha, que deixou a SRI para comandar o Ministério da Saúde após a demissão de Nísia Trindade. O movimento inicia a reforma ministerial, que deverá alterar o cenário da Esplanada nos próximos meses.
“CB”


POLÍTICA
Planalto e STF sinalizam ao Senado aceitar “anistia light”

Projeto se diferenciaria do que vem sendo discutido na Câmara por não impor um perdão judicial, como deseja parte da bancada bolsonarista
O Palácio do Planalto e uma ala do STF (Supremo Tribunal Federal) sinalizaram à cúpula do Congresso Nacional que aceitam a “anistia light” que vem sendo debatida no Senado.
Segundo fontes que vêm ajudando na confecção do texto, a proposta que parte do STF sinaliza aceitar envolve quatro aspectos:
- Redução de penas para crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Agravamento da pena se a abolição violenta do Estado Democrático de Direito for cometida mediante tentativa de golpe de Estado;
- Criação de um tipo penal específico, com penas menores, para quem comete crimes contra a democracia influenciado por multidão, mas sem ter exercido papel de liderança ou financiamento;
- Aumento da pena para quem liderar atos antidemocráticos.
Essa “anistia light” se diferenciaria da que vem sendo discutida na Câmara por não impor um perdão judicial, como deseja parte da bancada bolsonarista, mas por propor uma mudança nos tipos penais e na forma de aplicação das penas.
Na prática, ela teria impacto reduzido nas penas aplicadas a Jair Bolsonaro (PL) e demais condenados na semana passada, mas alteraria significativamente a situação dos julgados pelos atos de 8 de janeiro.
O Planalto sinalizou a senadores que aceita esse formato, desde que o STF concorde. Um ministro da Corte disse à CNN que uma posição definitiva só poderá ser tomada após a análise do texto do projeto em si, que ainda não existe.
Segundo senadores, alguns esboços já foram elaborados por consultores legislativos a pedido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O projeto alteraria a Lei 14.321, de 2021, sancionada por Bolsonaro, que trata de crimes contra a democracia.
Hoje, a lei prevê reclusão de 4 a 8 anos para o crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e de 4 a 12 anos para tentativa de golpe de Estado. O texto em construção, além de reduzir essas penas, consideraria que a punição para abolição do Estado Democrático de Direito seria agravada se cometida mediante tentativa de golpe de Estado.
Isso porque, segundo o entendimento dos consultores que tratam do assunto, toda tentativa de golpe é uma abolição violenta do Estado Democrático de Direito, mas nem toda abolição do Estado Democrático de Direito configura uma tentativa de golpe.
O problema para o avanço dessa proposta é que parte dos bolsonaristas a rejeita por ela ter impacto reduzido na pena imposta aos condenados na semana passada pela trama golpista, como Bolsonaro e generais da reserva. O Planalto e o STF já sinalizaram não aceitar nenhum texto que implique, na prática, em perdão ao ex-presidente.
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