IRMÃ FALOU EM ENCONTRO COM DEUS

PM espancado em distribuidora perdeu a mãe há quatro meses para Covid-19 e chorou em culto horas antes da morte

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O último fim de semana em vida do soldado da Polícia Militar de Mato Grosso, Roberto Rodrigues de Souza, de 31 anos, foi marcado por um encontro com familiares em Nova Mutum (240 km de Cuiabá). No sábado (24), eles fizeram um churrasco e na manhã de domingo (25) foram a igreja. A família não se reunia desde a morte da mãe, há quatro meses. Clarice Rodrigues faleceu no dia 19 de março em decorrência da Covid-19.

“Ele foi para minha casa no sábado à noite e fizemos churrasco, sempre muito alegre, sorridente, brincalhão, animando, enfim. Foi uma noite muito abençoada e ali passamos o domingo também. No domingo de manhã, eu e meu esposo, juntamente com meu irmão Roberto e meu pai, fomos no culto, somos evangélicos e fomos no culto no período da manhã. Roberto foi e foi lindo. A palavra de Deus falou conosco, meu irmão chorou, teve um encontro com Deus. Deus falou tremendamente conosco naquele domingo”, lembra a irmã do policial, a auxiliar administrativa Silvia Aparecida de Souza Carossi, de 35 anos.

Roberto morreu após ser agredido por Alan Schuller, de 27 anos, e Wesdra Victor Galvão, de 29 anos, com socos e chutes na cabeça, em uma distribuidora, localizada na avenida Mário Andreazza, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá). O agente de Segurança Pública teria ido usar o banheiro no estabelecimento, quando houve o desentendimento com os acusados.

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“Conversamos, demos risada, ele sempre contando piada. Meu irmão amava viver, tinha prazer de estar junto da gente. Quem conhece Roberto sabe, Roberto é alegria. Onde ele chega faz a diferença. É uma luz”, pontua Silvia.

Segundo a irmã, no final da tarde, Roberto disse que iria para Várzea Grande ver a filha, pois fazia tempo que ele não a via. “Ainda questionei: ‘Mas nego, você vai agora? Você sempre dorme e na madrugada vai para Acorizal. ’ Mas justamente nesse dia ele quis ir para Várzea Grande e foi. E aconteceu tudo isso que a gente sabe”, diz.

Roberto deixa três filhos, sendo um com 11 meses, outro e um ano e quatro meses e outro de seis anos. O sonho dele era ter uma casa e morar com todos os filhos.

Soldado Rodrigues ingressou na Polícia Militar em novembro do ano de 2015. Silvia conta que quando criança, ele sonhava em ser jogador de futebol ou policial militar. “O sonho dele era ser jogador de futebol ou policial. Ele até tentou ser jogador, foi para o Rio de Janeiro, foi goleiro, mas com 18 anos ele voltou”.
  
Quando passou no concurso público, Roberto foi motivo de orgulho para seus pais. “Foi uma festa, um orgulho para minha mãe e meu pai, para nós”.

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“Ele amava estar na rua, servindo a população. Com essa perda da nossa mãe, ele ficou muito abalado. Todos nós ficamos muito triste. Ele é o caçula, ele e minha mãe […] Roberto ficou muito triste, ficou afastado das atividades dele. Ele amava servir”, conta Silva, bastante emocionada.

Até o momento, os criminosos não foram localizados. Mas a auxiliar administrativa acredita que eles serão presos. “Lamentável tudo isso que aconteceu. Essa crueldade que fizeram. É muito difícil e a gente acredita que a justiça vai ser feita, a gente acredita na polícia, na nossa segurança. Como família, não esperamos outro resultado senão a prisão”.

“Graças a Deus, até o dia que Deus permitiu, ele foi muito feliz. Ele estava feliz, havia comprado um carro que ele queria recentemente. Deus preparou aquele final de semana com minha família para passarmos os últimos momentos com meu irmão. Vai fazer muita falta. É muito doloroso para nós e eu creio em nome de Jesus que essas pessoas vão ser presas e que Deus vai trazer consolo para mim e minha família”, finalizou.

“Olhar Direto”

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Articulação pela anistia de Bolsonaro ganha força nesta semana

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Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, retorna a Brasília para participar das articulações para a votação na Câmara de projeto de anistia a Bolsonaro, condenado, na semana passada, pelo STF a 27 anos de prisão

Nesta semana, a articulação para a votação do projeto de lei de anistia ao
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso ganha o reforço do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que retorna hoje, a Brasília, para participar das conversas em torno do assunto e visitar o ex-presidente.

A movimentação ocorre após a condenação de Bolsonaro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs pena de 27 anos e três meses de prisão em regime fechado no julgamento da trama golpista. O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) afirmou que os partidos União Brasil e Progressistas já estariam dispostos a apoiar a proposta.

A anistia deve ser pautada essa semana. Eu espero que sim”, afirmou o parlamentar, ontem, a jornalistas em frente ao Hospital DF Star, em Brasília, onde Bolsonaro passou por um procedimento médico para retirada de lesões na pele. “Depois daquele voto do (ministro Luiz) Fux, que quebrou todos os argumentos, União, PP, e vários partidos já estavam com vontade de colocar a anistia em votação”, acrescentou.
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Além de criticar a atuação do ministro Alexandre Moraes, do STF, que relatou o processo contra Bolsonaro, Lopes reforçou que a oposição continuará insistindo pela candidatura presidencial. “Não existe meia-anistia. Nós não vamos desistir nunca. Jair Messias Bolsonaro é o candidato a presidente em 2026. Deixo bem claro isso”, declarou.

O deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) também afirmou ao Correio que vai continuar lutando pela aprovação da anistia ampla, geral e irrestrita. “Agora vamos combater a anistia “light” proposta pelo Senado e insistir na anistia geral e irrestrita”.

A condenação do ex-presidente transformou a pauta da anistia em teste decisivo para Tarcísio, que é um dos nomes cogitados pelo Centrão para ser ungido por Bolsonaro na corrida eleitoral do próximo ano. “Bolsonaro e os demais estão sendo vítimas de uma sentença injusta e com penas desproporcionais”, disse o governador após a condenação.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), tem pressionado para que a proposta volte a tramitar já nesta semana. A expectativa da legenda é de que o tema entre na pauta da reunião de líderes marcada para amanhã, sob a condução do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

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“Acho que aí já não restam mais alternativas e o presidente vai finalmente poder colocar na pauta na terça-feira e, quem sabe, a gente votar a urgência e mérito na quarta-feira”, afirmou Sóstenes em entrevista coletiva, na semana passada.

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Sentença histórica

A sentença do Supremo, considerada histórica, também atingiu outros sete réus acusados de participação em atos contra a democracia, incluindo generais de alta patente. O ex-presidente continua em prisão domiciliar e usando tornozeleira eletrônica.

Uma anistia ampla, para executores e planejadores do golpe, enfrenta resistência no Supremo e no próprio Congresso.

Hugo Motta mantém cautela, o que tem gerado apreensão na oposição por falta de previsão para votação — atualmente a relatoria está nas mãos do deputado Rodrigo Valadares (União-SE). O projeto está parado desde outubro do ano passado, mas a oposição insiste em tratar a pauta como prioridade absoluta.

Além disso, diferentes versões do projeto estão em discussão. No Senado, uma proposta mais restrita ganhou força, mas encontra resistência da oposição, que rejeita qualquer texto que não contemple diretamente o ex-presidente. Se por um lado a base bolsonarista cobra celeridade, por outro, ministros do STF e setores do Executivo trabalham para frear a tramitação.

 senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) é autor do Projeto de Lei nº 4441/2025, protocolado no Senado, que busca evitar condenações coletivas em crimes contra a democracia. “Denúncias e sentenças genéricas não podem prevalecer, cada cidadão deve responder apenas pelos seus próprios atos. No Senado, a bancada do Republicanos tem atuado com responsabilidade para defender a democracia, assegurar estabilidade e garantir uma verdadeira pacificação, sem perseguição política e sem condenações por atacado”, declarou ao Correio.

Na avaliação dele, a decisão que condena o ex-presidente Bolsonaro é “insustentável do ponto de vista jurídico”. “Esse cenário reforça a urgência de debatermos a anistia. Além de representar justiça, essa medida contribuirá para a pacificação do país”, disse.

Novo golpe

A deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP) afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal representa um marco de proteção à democracia e não pode ser esvaziada por iniciativas de anistia. “A decisão do STF é uma vacina para futuras tentativas de golpe do futuro, assim como a tentativa de anistia pode significar um salvo-conduto para futuras tentativas de golpe. É por isso que a gente está falando de algo extremamente sério e que não é possível que a gente siga admitindo que parlamentares conspirem contra a democracia mesmo diante da decisão do Supremo e que ousem projetar um projeto de anistia”, declarou.

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A deputada também criticou a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e as ameaças externas contra o Brasil. “Durante o julgamento, logo após o voto da ministra Cármen Lúcia, Marco Rubio, em nome de Donald Trump, mais uma vez fez graves ameaças ao Brasil, chamando o julgamento de caça às bruxas, dizendo que irão endurecer as sanções e, portanto, nos ataques ao Brasil. É preciso manter a nossa altivez e não admitir esse tipo de golpe, mas a Câmara dos Deputados precisa tomar providências diante do mandato de Eduardo Bolsonaro, que segue com o seu mandato, com a estrutura de gabinete, conspirando contra o nosso país, contra a nossa economia, inclusive, abrindo espaço para ameaças militares”, alertou.

O deputado federal Reginaldo Veras (PV-DF) criticou a movimentação de Tarcísio, que pela segunda vez, apenas neste mês, vem a Brasília para fazer as articulações pró-anistia e associou sua atuação a interesses eleitorais. “Ele está jogando pra galera bolsonarista. É um oportunista. Tarcísio quer os votos do Bolsonaro a qualquer custo”, afirmou ao Correio.

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Opinião pública

A ofensiva pela anistia enfrenta ainda o peso da opinião pública. Pesquisa Datafolha divulgada neste ontem, mostra que 54% dos brasileiros rejeitam a possibilidade de perdão ao ex-presidente, contra 39% favoráveis. O índice de rejeição cresce quando a questão envolve os demais condenados pelos atos de 8 de Janeiro: 61% se opõem a qualquer tipo de anistia, enquanto 33% defendem a medida.

O levantamento foi realizado nos dias 8 e 9 de setembro, antes da sentença do STF, com 2.005 entrevistados em 113 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Para o sociólogo Rudá Ricci, cientista político pela Universidade de Campinas (Unicamp), o cenário de aprovação é improvável. “O governo pode até aceitar uma anistia limitada aos chamados ‘peixes pequenos’, mas dificilmente incluirá Bolsonaro. O movimento da oposição é mais uma tentativa de mostrar força do que uma aposta real de vitória”, avaliou. (Com informações da Agência Estado)

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