Agronegócios
Mercado de Grãos Inicia o Dia em Baixa com Novas Tarifas dos EUA
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Competitividade do trigo norte-americano está ameaçada
Os mercados de soja, milho e trigo abriram em queda nesta quinta-feira (3), impactados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos contra a China e outros parceiros comerciais. De acordo com a TF Agroeconômica, os contratos de soja para maio na Bolsa de Chicago (CBOT) recuaram 17,25 cents por bushel, cotados a US$ 1.012,25. No Brasil, o indicador Cepea registrou leve desvalorização de 0,05%, fechando a R$ 132,04 por saca. O milho também seguiu a tendência de baixa, com queda de 4,75 cents por bushel (US$ 453,00), enquanto na B3, o contrato para maio registrou retração de 1,57%, sendo negociado a R$ 77,30. Já o trigo perdeu 3,25 cents por bushel, encerrando o dia a US$ 536,00.
A nova rodada de tarifas, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, impõe um imposto de 34% sobre produtos chineses, afetando diretamente o mercado de soja e podendo provocar uma resposta agressiva da China. Além disso, uma sobretaxa de 20% sobre importações da União Europeia adiciona mais pressão aos mercados agrícolas. Paralelamente, a colheita de soja na América do Sul avança, ampliando as alternativas de compra para os importadores.
No caso do milho, o Japão, um dos maiores compradores dos Estados Unidos, agora enfrenta uma tarifa de 24%. Já o México, parceiro estratégico, permanece isento no momento, mas pode adotar medidas de retaliação em outros setores.
Para o trigo, a competitividade dos Estados Unidos está ameaçada, uma vez que nove dos dez maiores importadores do cereal foram atingidos pelas tarifas, incluindo Japão (24%), Coreia do Sul (25%) e Indonésia (32%). Embora a desvalorização do dólar frente ao euro possa amenizar parte dos impactos negativos, o mercado segue pressionado. Diante desse cenário, Brasil e Argentina podem sair beneficiados, especialmente na exportação de milho e trigo para mercados afetados pelas barreiras comerciais impostas por Washington.
“Portal do Agronegócio”
Agronegócios
Alta nos fertilizantes pressiona produtores e encarece a safra 2025/26 no Brasil
Preços de ureia, MAP e cloreto de potássio disparam nos portos brasileiros

Os custos dos fertilizantes no Brasil têm registrado forte alta nos meses que antecedem a safra 2025/26, elevando a pressão sobre os produtores. Segundo o relatório semanal da StoneX, entre janeiro e meados de agosto, os preços da ureia subiram cerca de 33%, o MAP (fosfatado amplamente usado no país) avançou 19% e o cloreto de potássio registrou alta de 20% nos portos brasileiros.
Relação de troca entre insumos e grãos atinge patamar crítico
O aumento nos preços impacta diretamente a rentabilidade dos produtores. De acordo com Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado, a relação de troca entre a soja e o MAP está nos piores níveis dos últimos anos, desestimulando o consumo do fertilizante e obrigando os agricultores a adotarem maior cautela na compra de insumos.
“A demanda indiana tem sustentado as cotações do nitrogenado, e a queda do preço do milho reduz a atratividade das relações de troca no Brasil”, explica Pernías.
Alternativas para reduzir custos
Diante do cenário, importadores brasileiros têm buscado alternativas para contornar a pressão de preços. Entre os nitrogenados, o sulfato de amônio é a opção mais procurada. Já entre os fosfatados, os fertilizantes TSP e SSP têm sido utilizados como substitutos do MAP.
Mesmo com essas alternativas, a aproximação da safra tende a reforçar a pressão sobre os preços no mercado interno, tornando essencial o gerenciamento de custos e riscos por parte dos produtores. Além disso, condições de crédito mais onerosas em 2025 aumentam o desafio financeiro para viabilizar a próxima safra.
Escalada global dos fertilizantes
O aumento de preços não é exclusivo do Brasil. “A Índia, em plena safra Kharif, e os Estados Unidos — mesmo fora de sua alta temporada de compras — também enfrentam preços elevados no complexo NPK”, afirma Pernías.
O movimento de alta está ligado ao aperto entre oferta e demanda global. A China, tradicional fornecedora mundial, restringe exportações para garantir abastecimento interno, enquanto a forte demanda da Índia sustenta os preços internacionais.
Incertezas geopolíticas impactam abastecimento
O cenário internacional também traz desafios para o mercado brasileiro. Tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos indianos, em reação a fluxos comerciais favoráveis à Rússia, geram alertas entre compradores no Brasil.
“Em 2024, a Rússia foi a principal fornecedora de fertilizantes ao Brasil. Qualquer mudança nas dinâmicas comerciais globais pode afetar diretamente o abastecimento nacional”, conclui Pernías.
Fonte: Portal do Agronegócio


