AGRONEGÓCIOS
Feijão carioca mantém firmeza enquanto feijão preto sofre pressão de estoques elevados
AGRONEGÓCIOS

Mercado do feijão carioca segue firme

O feijão carioca encerrou a semana em compasso de espera, com negociações de baixa liquidez, mas preços sustentados pela postura firme dos vendedores. Segundo o analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, a escassez de feijões comerciais (notas 7,5 e 8) continua como principal fator de suporte, mantendo os preços entre R$ 195 e R$ 215 por saca.
Nos grãos de maior qualidade, a firmeza é ainda mais evidente. Oliveira destaca que os feijões extra (notas 9 e 9,5) foram negociados entre R$ 255 e R$ 270 por saca, com algumas ofertas CIF SP já atingindo R$ 260 a R$ 280, e especulações de que lotes selecionados possam chegar a R$ 300 por saca.
Negociações e diferenças regionais
As vendas concentram-se principalmente em embarques programados e transações por amostras, estratégia que evita excesso de estoque e mantém os preços estáveis. Regionalmente, há diferenças de valor: o interior paulista trabalha até R$ 260 por saca, o Triângulo Mineiro e Noroeste de Minas operam entre R$ 220 e R$ 230, e Sorriso (MT) registra preços próximos de R$ 200.
Cerca de 80% da terceira safra está armazenada em câmaras frias, o que aumenta o poder de retenção dos produtores. Para Oliveira, a combinação de uma safra 2024/25 menor que o esperado e a redução de área prevista para 2025/26 projeta um cenário altista consistente, mantendo o feijão carioca como o grão mais firme do mercado.
Feijão preto pressionado por estoques
Em contraste, o mercado do feijão preto apresenta preços frágeis e liquidez reduzida, pressionado pelo volume elevado de estoques. Os feijões comerciais variam entre R$ 120 e R$ 135 por saca, enquanto os extras ficam entre R$ 155 e R$ 165, embora produtores resistam a vender abaixo de R$ 170.
Oliveira comenta que os pregões seguem esvaziados, com negócios limitados a pequenos lotes, muitas vezes de pronta entrega. O setor aposta nas exportações e nos leilões de apoio para dar suporte ao mercado. Apenas em 2025, até agosto, o Brasil exportou 88,8 mil toneladas de feijão preto, somando US$ 78 milhões, superando o desempenho do ano anterior. No total, todas as variedades exportadas alcançaram 277,9 mil toneladas (+72% vs. 2024) e US$ 234,5 milhões (+60%).
Perspectivas para o médio prazo
O Paraná reduziu a área plantada de feijão preto em 34% na safra 2025/26, de 168 mil hectares para 110,8 mil hectares, o que deve reduzir a oferta no início de 2026. Além disso, a tendência de valorização do feijão carioca pode oferecer suporte indireto ao preto, caso parte da demanda migre para esta variedade.
Oliveira conclui: “Enquanto o feijão carioca apresenta um viés altista consistente, sustentado pela retenção de oferta e expectativa de safra menor, o feijão preto segue pressionado pelos estoques e com preços fragilmente estáveis, mas encontra algum suporte nas exportações e na perspectiva de redução futura da produção”.
Fonte: Portal do Agronegócio


AGRONEGÓCIOS
Mercado de trigo brasileiro segue lento com agentes defensivos e baixa liquidez

Negócios pontuais marcam semana, enquanto agentes aguardam safra nova
Publicado em: 12/09/2025 às 19:20hs

O mercado brasileiro de trigo encerrou a semana em ritmo lento, com baixa liquidez e negócios pontuais. Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Elcio Bento, compradores e vendedores mantêm-se em posições defensivas, aguardando sinais mais claros do mercado.
“O mercado brasileiro de trigo se encontra em fase de acomodação. A postura defensiva dos agentes reflete o ceticismo diante das incertezas que ainda cercam o setor”, afirmou Bento.
Colheita no Paraná pressiona preços do cereal
A colheita de trigo no Paraná avança e tem pressionado os preços. As cotações indicadas pelos moinhos para o trigo da nova safra no FOB interior variaram entre R$ 1.300 e R$ 1.320 por tonelada, enquanto no CIF, os preços ficaram entre R$ 1.350 e R$ 1.400/t, dependendo da qualidade e prazo de pagamento.
A pedida do produtor permaneceu em torno de R$ 1.400/t, acima da paridade de importação (base Argentina), de R$ 1.385/t FOB Ponta Grossa. A média atual do FOB interior do estado é de R$ 1.307/t, queda de 11,1% em relação a 2023.
O Deral informou que 12% da área paranaense já foi colhida e a produção projetada é de 2,6 milhões de toneladas, aumento de 13% em comparação à safra passada. Após três episódios de geadas, a preocupação atual recai sobre o excesso de chuvas durante a colheita.
Estratégia dos moinhos e resistência dos produtores
Segundo Bento, os moinhos optam por aguardar maior disponibilidade do trigo da nova safra, o que tende a reduzir os preços e abrir oportunidades de compra mais competitivas.
“A resistência dos produtores em aceitar os preços atuais, aliada à postura defensiva dos moinhos em retardar compras, mostra que ambos buscam condições mais vantajosas”, explica o analista.
Situação no Rio Grande do Sul: safra velha e futura
No Rio Grande do Sul, as cotações para a safra velha ficaram em torno de R$ 1.250/t, com liquidez restrita e sem negócios recentes registrados. Alguns negócios pontuais para a safra nova foram reportados, com moinhos paranaenses pagando R$ 1.150 a R$ 1.160/t FOB interior gaúcho. A média do FOB interior encerrou a semana em R$ 1.255/t, estável frente à semana anterior, mas 8,1% menor que no mesmo período de 2024.
A colheita estadual está prevista apenas para outubro, mantendo a resistência nos preços de curto prazo. Segundo a Emater-RS, 70% das lavouras gaúchas estão em fase vegetativa e apresentam bom estado fitossanitário, o que pode ampliar a oferta local nas próximas semanas e gerar ajustes de preço com a chegada dos novos lotes. A paridade de exportação para competitividade frente ao trigo argentino está em R$ 1.050/t.
Importações brasileiras de trigo recuam em agosto
As importações de trigo no Brasil totalizaram 493,2 mil toneladas em agosto de 2025, queda de 9,5% em relação às 544,8 mil toneladas de agosto de 2024. A principal mudança foi a concentração das compras na Argentina, que saltaram de 189,5 mil t para 465,6 mil t, representando quase todo o volume importado.
Em contrapartida, origens como EUA, Rússia e Uruguai, que tinham participação relevante em 2024, praticamente desapareceram em 2025. No mercado interno, houve maior pulverização regional, com estados como Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Pará e Espírito Santo ganhando relevância, além de pequenos volumes destinados a regiões antes pouco representativas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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