POLÍTICA
Líder do PT aciona AGU contra falas de Bolsonaro em ato na Paulista
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Segundo Lindbergh Farias (PT-RJ), o ex-presidente espalhou desinformação e incentivou o ataque às instituições democráticas
O líder no PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), pediu nesta quarta-feira (9/4) à Advocacia-Geral da União (AGU) que apure falas de Jair Bolsonaro (PL) no ato pró-anistia do último domingo (6) e tome providências legais. Segundo o deputado, as afirmações do ex-presidente sobre as urnas eletrônicas, o Judiciário e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “ultrapassam os limites da liberdade de expressão”.
Para Lindbergh, as falas do ex-presidente disseminam desinformação sobre o sistema eleitoral e atacam a honra de autoridades públicas — referindo-se aos ministros do STF, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Lula e o vice, Geraldo Alckmin.
Também argumentou que Bolsonaro minimizou os atos de 8 de janeiro de 2023 e insinuou que houve um golpe, com participação do Judiciário, para eleger Lula.
A representação cita ainda uma declaração de 26 de março, data em que o ex-presidente foi declarado réu pelo Supremo por tentativa de golpe de Estado. No dia, Bolsonaro criticou o Judiciário, Lula e as provas do processo a que responde no Supremo, e disse que o TSE influenciou sua derrota em 2022.
“As urnas são inauditáveis. Não sou eu que disse isso. (…) O TSE influenciou, jogou pesado contra eu (sic) e a favor do candidato Lula”, comentou na ocasião. Também defendeu penas mais brandas para os presos pelo 8 de janeiro e negou ter participado da tentativa de golpe.
“As declarações ora relatadas revelam um padrão reiterado de comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, caracterizado pela disseminação sistemática de desinformação, pelo ataque às instituições republicanas, especialmente ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral, e pela tentativa de reescrever a história recente sob uma ótica de perseguição pessoal e vitimização política”, escreveu o líder do PT.
O que disse Bolsonaro
Nos atos pró-anistia de domingo (6), Bolsonaro fez novas críticas contra o sistema eleitoral e afirmou que o TSE só voltará a ser confiável em 2026 — quando a presidência será exercida pelo ministro Nunes Marques, indicado por ele para o STF.
Disse, também, que o verdadeiro golpe em 2022 foi a atuação do Judiciário para, segundo ele, prejudicar sua campanha e colocar Lula na Presidência da República. Bolsonaro destacou, ainda, que recebeu uma espécie de aviso divino para sair do país no fim de 2022.
“O golpe deles só não foi perfeito porque em 30 de dezembro eu saí do Brasil. Algo me avisou (disse, apontando para o alto) que alguma coisa iria acontecer. Se eu estivesse no Braisl, seria preso na noite de 8 de janeiro. E estaria apodrecendo na cadeia até hoje ou até mesmo assassinado por esses mesmos que botaram esse vagabundo na Presidência”, ressaltou, no alto de um trio elétrico na Avenida Paulista, em São Paulo.
O ato do qual participou tinha como objetivo pressionar o Congresso — e em especial o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) — a pautar o texto que anistia os golpistas e que pode beneficiar o próprio ex-presidente.
“CB”


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Mais de 5 milhões podem ter o título de eleitor cancelado

O prazo para que eleitores regularizem os seus títulos vence na próxima segunda-feira (19). De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de cinco milhões de pessoas ainda têm pendências com a Justiça Eleitoral e podem ter o documento cancelado após o fim desse prazo.
Os dados mostram que, desde o dia 7 de março, mais de 111 mil eleitores procuraram a Justiça Eleitoral para regularizar a situação. “Não seja um eleitor faltoso. Evite o cancelamento do título: ele é sua identidade cidadã”, destacou o TSE, em comunicado.
Entenda
Considera-se faltosa a pessoa que não tenha votado nem justificado a falta, tampouco tenha pago a multa referente à ausência nos três últimos pleitos (regulares ou suplementares), sendo cada turno considerado uma eleição.
Somente com o título em dia é possível votar, tomar posse em concurso público, obter passaporte ou Cadastro de Pessoa Física (CPF), renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial, participar de concorrência pública e praticar qualquer ato para o qual se exija quitação eleitoral.
O cancelamento do título não se aplica a:
– eleitores facultativos (menores de 18 anos, pessoas com 70 anos ou mais e pessoas não alfabetizadas);
– pessoas com deficiência que comprovem dificuldade impeditiva para votar;
– casos de justificativa aceitos pela Justiça Eleitoral.
Como regularizar
Para consultar a situação, eleitores devem acessar os sites do TSE ou dos tribunais regionais eleitorais (TREs) para verificar se constam da lista de títulos passíveis de cancelamento. O serviço é gratuito e deve ser realizado somente em sites oficiais da Justiça Eleitoral.
Caso haja débitos existentes, é preciso acessar o autoatendimento eleitoral nos sites da Justiça Eleitoral ou o aplicativo e-Título e fazer o pagamento. Também é possível comparecer ao cartório eleitoral, no horário de expediente, portando os seguintes documentos (a depender da situação de cada eleitor):
– documento oficial com foto que comprove sua identidade (obrigatório);
– título eleitoral ou e-Título;
– comprovantes de votação;
– comprovantes de justificativas eleitorais;
– comprovante de dispensa de recolhimento ou, caso não tenha sido dada baixa, os comprovantes do recolhimento das multas.
Justificativa
Eleitores que estavam no exterior no dia da eleição podem justificar a ausência após o pleito pelo e-Título, pelo Autoatendimento Eleitoral ou enviando o Requerimento de Justificativa Eleitoral (RJE pós-eleição) com documentação comprobatória à zona eleitoral responsável.
O prazo é de 60 dias após cada turno ou de 30 dias após o retorno ao Brasil.
Se não houver justificativa, aplicam-se os procedimentos para quitação de multa.
“Agência Brasil”