Testemunhas disseram que eles teriam uma relação amorosa
Vídeos mostram mulher jogando bebida em PM; fiança foi de R$ 1,1 mil
Agressão Policial
Por Leticia Kathucia
Uma briga que viralizou nas redes sociais ocorrida na madrugada desta terça-feira(12), na região da Praça Popular, em Cuiabá, pode ter sido motivada por uma relação antiga e mal resolvida entre a mulher e o policial militar.
Vídeos que foram publicados em grupos de WhatsApp e em perfis do Instagram, mostram que a mulher, ainda não identificada, discute com o policial e em seguida joga o líquido do copo que está em suas mãos, no rosto do militar. Imediatamente, o PM pula a grade da lanchonete e imobiliza a mulher, que após muito sacrifício dos demais policiais e seguranças do local, é algemada.
Um áudio de uma testemunha que presenciou toda a situação, diz que antes da briga, a viatura ficou por algum tempo estacionada próxima ao bar e o PM veio até a mulher onde conversaram por mais de uma vez. A mulher chegou a dizer para as pessoas próximas que o policial militar que estava dentro da viatura era seu ex-marido e que ele não se conformava com a separação.
Em contradição, o boletim de ocorrência diz que a confusão foi iniciada pela mulher, que jogou uma garrafa de cerveja contra a viatura, informação que também foi confirmada por testemunhas que estavam no local.
Já a assessoria de imprensa da Polícia Militar negou qualquer envolvimento entre a acusada e o policial militar. Ainda de acordo com a PM, a suspeita possui mais de 20 passagens criminais, entre elas por ameaça, lesão corporal, perturbação da ordem, atrito verbal, constrangimento ilegal, vias de fato e injúria real.
A acusada foi submetida à audiência de custódia, onde foi determinada uma fiança de R$ 1.100. Não há informações se o pagamento foi realizado e a suspeita já foi liberada.
´´Folha/Max“
Agressão Policial
“Chega da polícia matar”, diz pai após sepultar os dois filhos mortos pela PM
Por Ana Paula Chuva e Ana Beatriz Rodrigues
“Chega de polícia matar nossos jovens”. Essa foi a frase dita pelo mecânico Evandro Meins Gonçalves, de 38 anos, logo após sepultar os dois filhos, adolescente de 16 anos e Jonathan Meins, de 18 anos, mortos durante abordagem policial em uma casa no Bairro Danúbio Azul, em Campo Grande, na madrugada de quarta-feira (24).
Após o enterro, que precisou ser adiantado, Evandro procurou o portal de notícias Campo Grande News e afirmou que os filhos não eram bandidos e se eram suspeitos de algum crime, a polícia devia ter prendido, e não matado. Além disso, citou o fato de as munições encontradas no revólver calibre 32 e na pistola calibre 9 milímetros, ambos apreendidos, estavam intactas.
“Meus filhos não eram isso. Eles entraram lá dentro e mataram meus filhos na crueldade. Esse negócio de passagem aí, foi só uma acusação de um suposto furto e nunca foi comprovado. Um tava com um tiro no peito e outro no estômago, o outro um tiro no coração. As balas estavam intactas, como houve confronto?”, pontuou Evandro.
Aos prantos, Evandro e a mãe dos meninos, Andreza Kelly de Souza Godoy, 39 anos, contaram que os dois jovens estavam em casa horas antes do crime. Jonathan, o pai e o irmão jantaram juntos e quando o homem foi tomar banho, os irmãos saíram de casa.
“Na hora do roubo, eles estavam em casa. Parece que foi uma despedida, mas não consegui dar um abraço neles. Eu saí do banho e eles já não estavam mais em casa. A casa onde tudo aconteceu é de um amigo do Jonathan. Eu acredito que ele tenha ido lá abrir para os caras e os policiais já estavam lá esperando”, disse o mecânico.
“Quando houve essa acusação de furto, os dois eram menores. Foi o pai de um amigo que disse que eles tinham furtado uma enxada e uma roçadeira, eu mesmo levei eles na delegacia e isso nunca foi comprovado”, continuou Evandro.
À reportagem, ele ainda contou que Jonathan faria exame admissional esta semana para trocar de emprego e estava se organizando para comprar uma moto. Já o adolescente queria apenas terminar os estudos.

Chorando, Evandro disse que o sentimento é de revolta pela perda dos filhos (Foto: Paulo Francis)
Ele ia trocar de emprego por conta do salário que era maior. Ensinei meus filhos a trabalhar e conquistar as coisas. Não daria minha cara a tapa se eles fossem bandidos. Estou abrindo minha casa para mostrar quem eram meus filhos. A mãe deles teve que implorar para conseguir informações”, alega Evandro Meins.
Bastante abalada, a mãe dos dois jovens está à base de remédios, mas também falou com a equipe do Campo Grande News. Para ela, ver os dois filhos em uma maca foi muito difícil e o único momento que ela conseguiu se despedir.
Tivemos que reconhecer nossos filhos três vezes, não desejo isso para ninguém. Os dois dividindo uma maca. Foi o único momento em que consegui me despedir. Eu os abracei e pedi perdão. Eram dois meninos”, relatou Andreza, aos prantos.
“Nosso sentimento é de revolta. Não eram bandidos. Ambos trabalhavam. Estamos com o coração partido. Fica o vazio de perder dois filhos. Não desejo para ninguém ver dois filhos no caixão sendo enterrados ao mesmo tempo”, finalizou Evandro.

Andreza está à base de remédios para suportar a dor da perda dos filhos (Foto: Paulo Francis)
O caso
Assalto à mão armada aconteceu na região do Monte Castelo, quando por volta das 23h, dupla em um veículo Nissan Tiida, armada, roubou um veículo HB20 pertencente a um motorista de aplicativo. Policiais rodoviários estaduais identificaram o veículo roubado no anel viário, mas não conseguiram alcançá-lo. Foi quando o Batalhão de Choque foi acionado e passou a buscar os autores nas proximidades do Danúbio Azul.
O Tiida usado no assalto estava estacionado em frente a uma casa e na garagem estava o HB20. Conforme relato em boletim de ocorrência, policiais do Choque entraram na casa e viram duas pessoas armadas, se identificaram como militares e ordenaram que largassem as armas. Nesse momento, um deles teria apontado a arma em direção aos policiais, que atiraram de volta. O segundo envolvido fugiu para dentro do imóvel, quando foi tentada a abordagem.
Mas este teria também apontado arma em direção aos policiais e até teria acionado o gatilho. Os policiais dispararam para evitar que fossem atingidos e derrubaram o outro autor. Viatura da Rotac (Rondas Ostensivas de Ações de Choque) foi acionada e levou os dois feridos ao posto, onde morreram.
No local, foram recolhidas duas pistolas 9 mm, Beretta, utilizadas pelos policiais militares, e duas armas de fogo utilizadas pelos autores, sendo um revolver calibre 32 carregado com 6 munições intactas e uma pistola calibre 9 mm com um carregador municiado com 9 munições também intactas.

Arma e sangue do suspeito em imagem feita pela equipe policial (Foto: Divulgação | BPMChoque)
“Campo Grande News”
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