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Chefe da União Europeia tem GPS de avião bloqueado e Rússia é suspeita

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Líder do bloco pousou em segurança ma Bulgária; pilotos tiveram que usar mapas de papel para achar lugar da aterrissagem

Ivana Kottasová, da CNN
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem GPS de avião bloqueado
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem GPS de avião bloqueado  • Reprodução/Reuters

Um avião que transportava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi alvo de interferência no sistema de navegação GPS, enquanto tentava pousar na Bulgária no domingo (31), informou um porta-voz da comissão à CNN.

A comitiva recebeu “informações das autoridades búlgaras de que suspeitam que essa interferência flagrante tenha sido realizada pela Rússia”, disse o porta-voz.

O avião pousou em segurança, disse o porta-voz. Uma fonte familiarizada com a situação disse à CNN que os pilotos pousaram o avião usando mapas de papel.

Von der Leyen e a comissão têm sido firmes apoiadores da Ucrânia enquanto Kiev tenta se defender da agressão não provocada da Rússia. Ela foi uma das líderes europeias que participaram da cúpula do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a Ucrânia na semana passada e tem instado consistentemente os Estados-membros da UE a alocarem mais recursos para ajudar a Ucrânia.

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O incidente ocorreu enquanto ela visitava os Estados-membros na parte oriental do bloco para angariar apoio à Ucrânia. “Este incidente ressalta a urgência da atual viagem da presidente aos Estados-membros da linha de frente, onde ela viu em primeira mão as ameaças diárias da Rússia e seus representantes”, disse o porta-voz da comissão à CNN.

CNN entrou em contato com as autoridades búlgaras para obter comentários e solicitou que a Rússia comentasse as alegações.

A interferência do GPS que causa interrupções em voos e tráfego marítimo está há muito tempo entre as ferramentas do arsenal de guerra híbrida da Rússia.

Autoridades dos países escandinavos e bálticos têm afirmado repetidamente que a Rússia vem bloqueando regularmente o sinal de GPS na região. Após uma equipe de pesquisadores na Polônia e na Alemanha estudarem minuciosamente as interferências de GPS por um período de seis meses a partir de junho de 2024, eles também concluíram que a Rússia era a responsável, e que Moscou estava usando uma frota paralela de navios e seu enclave de Kaliningrado para isso.

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A União Europeia já havia sancionado diversas entidades e indivíduos ligados a Estados russos por estarem por trás de incidentes de interferência.

“Isso reforçará ainda mais nosso compromisso inabalável de aumentar nossas capacidades de defesa e o apoio à Ucrânia”, acrescentou o porta-voz.

A viagem à Bulgária fez parte da visita de von der Leyen a vários Estados da União Europeia que fazem fronteira com a Rússia, a Bielorrússia e o Mar Negro.

A viagem teve como objetivo mostrar força e união enquanto a Rússia continua atacando cidades ucranianas e sabotando qualquer tentativa de chegar a um acordo de cessar-fogo.

A presidente visitou a Letônia e a Finlândia na sexta-feira (29), a Estônia no sábado e a Polônia e a Bulgária no domingo. Ela completou a viagem na segunda-feira (1º), visitando a Lituânia e a Romênia.

Em discurso na capital búlgara logo após o incidente aéreo, mas antes que se tornasse público, von der Leyen disse que a Europa precisava “manter o senso de urgência”.

“(O presidente russo Vladimir) Putin não mudou e não mudará. Ele é um predador. Ele só pode ser controlado por meio de uma forte dissuasão”, disse ela.

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Putin é acusado de “sabotar” esforços de paz após ataques em Kiev

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Pelo menos 23 pessoas morreram na ofensiva, e prédios da União Europeia e British Council foram danificados

Laura SharmanSvitlana VlasovaDaria Tarasova-MarkinaCatherine Nicholls e Betsy Klein, da CNN
Presidente russo indicou caso EUA siga com instalação de mísseis, Rússia retirará todas as restrições  • Sputnik/Sergey Bobylev/Pool via REUTERS

Líderes europeus expressaram indignação após Kiev ter sido bombardeada pelo segundo maior ataque aéreo da Rússia desde a invasão em larga escala da Ucrânia, com pelo menos 23 mortos, incluindo quatro crianças, segundo autoridades.

Prédios pertencentes à União Europeia e ao British Council foram danificados nas ofensivas na quinta-feira (28), levando a União Europeia e o Reino Unido a convocar os principais diplomatas russos em suas capitais.

Entre os mortos estavam crianças de 2, 17 e 14 anos, segundo Tymur Tkachenko, chefe da Administração Militar da Cidade de Kiev.

A grande maioria dos mortos morreu em um ataque a um prédio de cinco andares no distrito de Darnytskyi, segundo os serviços de emergência.

A Força Aérea da Ucrânia informou que o Kremlin lançou 629 armas de ataque aéreo contra o país durante a noite, incluindo 598 drones e 31 mísseis.

Yuriy Ihnat, chefe de comunicações da Força Aérea, disse à CNN que as ofensivas constituíram “um dos maiores ataques combinados” contra o país.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou ter atacado “empresas do complexo militar-industrial e bases aéreas militares na Ucrânia” usando “armas de alta precisão”.

Autoridades ucranianas disseram que centenas de socorristas foram enviados para atender incidentes em diversos locais, incluindo um prédio usado pela missão da União Europeia na Ucrânia e pelo British Council.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, acusou Moscou de atacar diplomatas “em violação direta da Convenção de Viena” e pediu “condenação mundial” em um comunicado na rede social X.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou estar “indignada” com o acontecimento, chamando-o de “mais um lembrete sombrio do que está em jogo”.

“Esses mísseis e drones de ataque russos são hoje uma resposta clara a todos no mundo que, há semanas e meses, vêm pedindo um cessar-fogo e uma diplomacia genuína”, dizia uma publicação anterior.

A líder europeia disse em uma publicação no X conversou com Zelensky e com o presidente dos EUA, Donald Trump, após as ofensivas, afirmando também que o presidente russo, Vladimir Putin, “deve se sentar à mesa de negociações”.

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A missão da União Europeia, sediada em Kiev desde 1993, trabalha para “promover as relações políticas e econômicas” entre a Ucrânia e o bloco, entre outros mandatos, segundo o site oficial.

Keir Starmer, o primeiro-ministro do Reino Unido, afirmou que Putin estava “matando crianças e civis e sabotando as esperanças de paz”.

Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, chamou o ataque de “assassinato horrível e deliberado de civis” em uma publicação no X.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscou ainda estava interessada em negociações de paz, mas enfatizou que a “operação militar especial”, a maneira russa de descrever a guerra, “continua”.

Trump “não estava feliz”, mas “não surpreso” com as ofensivas, afirmou a Casa Branca na quinta-feira (28), acrescentando que estava observando os acontecimentos “atentamente”.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse a repórteres que Trump quer que a guerra acabe, mas tanto Putin quanto Zelensky “devem querer que ela acabe também”.

Keith Kellogg, o enviado especial da Casa Branca para a Ucrânia, também condenou as ofensivas noturnas, escrevendo no X que “esses ataques flagrantes ameaçam a paz que (Trump) busca”.

Ofensivas russas na Ucrânia

Vitaliy Protsiuk, morador de Kiev, relatou à CNN que sua esposa está desaparecida desde o ataque.

O casal estava se preparando para ir ao abrigo antiaéreo do prédio quando houve uma “explosão”, afirmou Protsiuk.

“Eu estava soterrado”, continuou ele. “Quando saí, tudo estava coberto de poeira e fumaça. Olhei para cima – o telhado tinha sumido e os andares do quarto ao primeiro estavam completamente destruídos.

“Até o momento, minha esposa não foi encontrada. O telefone dela não responde. Ela não está listada em lugar nenhum.” “Não sei… ainda estamos procurando”, acrescentou Protsiuk.

Moradores enfrentaram um alerta de ataque aéreo que durou mais de nove horas durante a noite, segundo o ministro do Interior, Ihor Klymenko.

Imagens da agência mostraram moradores se aglomerando novamente nas estações de metrô, onde muitos passaram a noite. As pessoas foram aconselhadas a “permanecer em abrigos” durante as ofensivas, e a liberação foi anunciada pouco antes das 7h, no horário local.

O grande ataque à capital da Ucrânia ocorreu pouco mais de duas semanas depois de Trump ter mantido conversas presenciais com Putin, buscando garantir e pôr fim à guerra.

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Mas o ímpeto em torno das discussões estagnou, sem nenhum sinal de que uma reunião bilateral promovida pela Casa Branca entre Zelensky e Putin ocorrerá.

Encontro de líderes

Na quarta-feira (27), Andriy Yermak, chefe de gabinete de Zelensky, e Rustem Umerov, secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, se encontraram com o ministro da Defesa da Arábia Saudita para discutir o fim do conflito.

Uma delegação da Ucrânia também se reunirá com autoridades americanas em Nova York nesta sexta-feira (29), segundo presidente ucraniano.

Enquanto isso, Putin deve viajar para a China na próxima semana para participar de um grande desfile militar.

Outros convidados incluem o líder norte-coreano Kim Jong Un, bem como líderes europeus simpatizantes da Rússia, como Aleksandar Vucic, da Sérvia, e Robert Fico, da Eslováquia.

A ofensiva a Kiev é o mais recente de uma série de ataques russos na Ucrânia esta semana.

Pesquisadores ucranianos de código aberto confirmaram na terça-feira (26) que tropas russas capturaram duas aldeias na região de Dnipropetrovsk, no sudeste da Ucrânia.

As forças russas agora ocupam as aldeias de Zaporizke e Novoheorhiivka, segundo o DeepState, um grupo que monitora os acontecimentos no campo de batalha.

Já as forças armadas ucranianas, em menor número e com menos armas, têm lutado para conter os avanços russos em grande parte do leste, enquanto Moscou aumenta a pressão sobre Kiev para ceder territórios em quaisquer negociações de paz.

“A Rússia escolhe a balística em vez da mesa de negociações”, escreveu Zelensky no X após os últimos ataques noturnos. “Eles escolhem continuar matando em vez de acabar com a guerra. E isso significa que a Rússia ainda não teme as consequências.”

Em sua análise das últimas ofensivas russos a Kiev, Tkachenko afirmou que o Kremlin tem uma “assinatura” típica que envolve “ataques combinados de diferentes direções” e ataques a “prédios residenciais comuns”.

Mísseis do tipo chamariz foram usados ​​como alvos falsos para confundir os sistemas de defesa ucranianos, acrescentou o chefe militar.

Vários prédios residenciais altos foram danificados, assim como um jardim de infância, moradias particulares, blocos não residenciais, escritórios, infraestrutura de transporte e dezenas de carros, segundo autoridades.

Essa sexta-feira (29) foi declarada dia de luto em Kiev, segundo as autoridades da cidade. Bandeiras serão hasteadas a meio mastro, com eventos de entretenimento cancelados, informou o comunicado.

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