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Exame de sangue acusa o início do câncer, diz revista

Testada em 194 voluntários, a técnica chama a atenção pela simplicidade e pela alta precisão dos resultados

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O alvo da análise é o material genético criado por tumores e presente na corrente sanguínea dos pacientes. 

Um dos maiores complicadores do câncer é o diagnóstico tardio, que pode reduzir consideravelmente as chances de cura de um paciente. Pesquisadores apostam em uma tecnologia computadorizada de mapeamento genético para sanar o problema. Em testes usando a abordagem, conseguiram detectar mutações ligadas a diversos tipos de cancros, como o de mama e o de pulmão, em mais de 100 pacientes em estágios precoces das enfermidades. Para os autores do estudo, publicado na edição desta semana da revista Science Translational Medicine, o método também poderá ajudar a reduzir as ocorrências de resultados falso positivo.

Ter um exame de sangue que possibilite o diagnóstico precoce do câncer é um dos desafios da medicina, mas as pesquisas nessa área estão em fases iniciais. Para conseguir resultados mais eficazes, cientistas liderados por Victor Velculescu, professor de oncologia no Centro Médico de Câncer Johns Hopkins Kimmel, nos Estados Unidos, resolveram utilizar como alvo mutações relacionadas a carcinomas que podem ser encontradas no DNA tumoral circulante (ctDNA), um material genético gerado pelo tumor e que invade a corrente sanguínea do paciente. A maioria dos testes desenvolvidos com esse objetivo se baseia em rastros genéticos presentes em amostras de tumores biopsiados.

Para usar o DNA circulante tumoral como alvo do diagnóstico de cânceres, os investigadores utilizaram a análise computacional chamada TEC-Seq, que consegue sequenciar cada molécula sanguínea dezenas de milhares de vezes e distingui-las entre alterações associadas a carcinomas e variações normais do sangue. Essas últimas geram os resultados falso positivo. “O nosso desafio foi desenvolver um exame de sangue que pudesse prever a presença provável do câncer sem conhecer as mutações genéticas presentes no tumor de uma pessoa. Estamos tentando encontrar a agulha no palheiro, então, quando encontramos uma alteração de DNA, queremos ter certeza de que é o que pensamos ser”, ressaltou, em um comunicado, Victor Velculescu.

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Com a tecnologia, os pesquisadores identificaram uma série de mutações relacionados a 58 genes amplamente ligados a tumores em 194 pessoas com câncer colorretal, de mama, de pulmão ou de ovário, sendo todas as doenças relativamente precoces. Não foram detectadas mutações derivadas de câncer nas amostras de sangue de 44 indivíduos saudáveis. De acordo com os autores, o resultado pode servir como base para o desenvolvimento de um teste mais apurado, que mostre a ocorrência do tumor mais cedo e auxilie em tratamentos médicos. Outra vantagem é a simplicidade do método, já que a análise é feita a partir de uma pequena amostra de sangue. “Esse estudo mostra que a identificação do câncer precoce por meio da análise de mudanças de DNA no sangue é viável e que nosso método de sequenciamento de alta precisão é uma abordagem promissora para alcançar esse objetivo”, frisou o líder do estudo.

Alto custo
Apesar dos resultados promissores, os investigadores ressaltaram que uma análise mais ampla, com um número maior e mais diverso de pacientes, é necessária para que o exame possa ser aprimorado e para que outras mutações relacionadas ao câncer possam ser desvendadas e agregadas às já conhecidas. Eles acreditam também que, futuramente, a tecnologia de sequenciamento utilizada se torne mais barata, o que facilitará o uso do método.

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Michele Migliavacca, geneticista do Laboratório Exame, em Brasília, explica que o estudo aposta em uma técnica já utilizada na área médica, mas com outras finalidades. “Esse tipo de análise é amplamente explorada, é uma ferramenta usada durante o tratamento e o prognóstico do paciente, ou seja, em seu acompanhamento. Nesse estudo,  foi usada com outro foco, para um paciente assintomático, o que poderia render um possível diagnóstico precoce, mostrando indícios da presença do tumor que nem exames de imagem mostrariam”, ressaltou.A geneticista também frisou que a parte financeira pode ser um obstáculo para a disseminação do método. “Hoje em dia, esse é um exame custoso, porque demora tempo para realizá-lo e também não é acessível a todos”, explicou.

Os autores do estudo darão continuidade à pesquisa e adiantam que, possivelmente, os primeiros beneficiados com o exame serão pacientes que sofrem com alto risco de câncer, como os fumantes (tumor de pulmão) e mulheres com mutações hereditárias nos genes BRCA1 e BRCA2, ligadas a carcinomas na mama e no ovário. A expectativa é de que o exame comece a ser usado em até cinco anos.

Falhas na divisão

À medida que as células do sangue se dividem, existe a possibilidade de elas adquirirem erros ou mutações. Em um pequeno número de pessoas, essas mudanças estimularão uma célula sanguínea a se multiplicar mais rápido do que as células vizinhas, levando potencialmente a condições definidas como pré-leucêmicas. No entanto, na maioria das vezes, essas mutações derivadas do sangue não iniciam um câncer, mas podem levar a leituras equivocadas da condição do paciente.

TV Notícias com Correio Brasiliense

 

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Conclave para eleição do sucessor do papa inicia em 7 de maio

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Conclave para eleição do sucessor do papa inicia em 7 de maio

Conclave para eleição do sucessor do papa Francisco começará em 7 de maio

O porta-voz do Vaticano informou a data, ao mesmo tempo que o Museu do Vaticano anunciou o fechamento da Capela Sistina, a majestosa sala adornada com os célebres afrescos de Michelangelo, situada no Palácio Apostólico.

Os cardeais participarão de uma missa solene na Basílica de São Pedro no Vaticano na quarta-feira da próxima semana, após a qual aqueles com direito a voto – os que têm menos de 80 anos – se reunirão a portas fechadas para votar em um processo secreto que pode durar vários dias.

O primeiro pontífice latino-americano foi enterrado no sábado, após uma cerimônia solene de despedida na presença de líderes internacionais e de 400.000 pessoas.

Os cardeais foram convocados a Roma para escolher o novo papa. Do total de 135 com direito a voto – porque têm menos de 80 anos -, 80% foram designados por Francisco. Eles vêm de todas as regiões do mundo e muitos não se conhecem.

“Personalidade aberta”

Patricia Spotti espera que o novo pontífice “seja como o papa que faleceu”. “Deve ter uma personalidade aberta para todos”, disse à AFP esta mulher de 68 anos que viajou de Milão a Roma para o Ano do Jubileu, celebrado em 2025.

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Muitos fiéis temem que o novo papa represente um passo atrás em relação ao legado do jesuíta argentino, marcado pela luta contra os abusos sexuais de menores de idade na Igreja, por mais espaço para mulheres e leigos e pela defesa dos pobres e migrantes.

“Nosso desejo é encontrar alguém que se pareça com Francisco, não que seja o mesmo, mas em continuidade”, declarou o cardeal argentino Ángel Sixto Rossi, de 66 anos.

“É difícil dizer como imaginamos o perfil do novo papa”, destacou o cardeal italiano Giuseppe Versaldi, de 83 anos, sem direito a voto. “Tem que haver continuidade, mas também avançar em frente, não apenas repetir o passado”.

O cardeal espanhol José Cobo disse ao jornal El País que não será “nada previsível”.

Como no filme?

O conclave provoca fascínio há vários séculos. O recente filme homônimo do diretor alemão Edward Berger, que venceu em março o Oscar de melhor roteiro adaptado, popularizou ainda mais o evento.

“Mais da metade de nós viveremos nosso primeiro conclave. É uma oportunidade para mostrar ao mundo que filmes como ‘Conclave’ e outros semelhantes não são a realidade”, disse o cardeal espanhol Cristóbal López Romero ao portal oficial Vatican News.

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O filme retrata o processo de eleição de um novo papa, em reuniões a portas fechadas. O relato fictício mostra as tensões entre diversas alas do Vaticano.

Mas as divisões dentro da Igreja não são uma ficção. As reformas impulsionadas por Francisco e seu estilo simples despertaram críticas entre os setores mais conservadores, que apostam em uma mudança mais focada na doutrina.

“Hoje, precisamos de união, não de divisão”, advertiu no domingo o cardeal do Mali Jean Zerbo, de 81 anos, após uma oração dos cardeais diante do túmulo de Francisco.

As apostas

O cardeal alemão Reinhard Marx espera um conclave de “poucos dias”.

Roberto Regoli, professor da Universidade Pontifícia Gregoriana, acredita que não será rápido. “Estamos em um período em que o catolicismo está enfrentando várias polarizações e os cardeais terão que encontrar alguém que saiba forjar uma unidade maior”, disse.

Com os conflitos e as crises diplomáticas no mundo, o italiano Pietro Parolin aparece como um dos favoritos. O cardeal atuou como secretário de Estado com Francisco, depois de ocupar o posto de núncio na Venezuela.

A casa de apostas britânica William Hill o coloca à frente do filipino Luis Antonio Tagle, seguido do cardeal ganês Peter Turkson e do também italiano Matteo Zuppi.

“ISTOÉ”

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