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Crédito em dólar: uma alternativa estratégica para o agronegócio
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Dólar oferece oportunidades financeiras vantajosas para produtores, mas exige cautela na gestão de riscos cambiais
Desde o final de 2024, o dólar tem se destacado nas discussões sobre a economia brasileira, influenciando diretamente o mercado financeiro. Quando a moeda norte-americana sofre altas, como foi o caso em dezembro, surgem preocupações sobre o aumento de preços, inflação e juros. Contudo, longe de ser apenas um vilão, o dólar pode ser uma ferramenta estratégica para o agronegócio brasileiro, cada vez mais integrado ao mercado global.
Em um cenário de altas taxas de juros internas, como a taxa Selic de 13,25% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em fevereiro de 2025, a busca por crédito em dólar surge como uma alternativa atrativa. Nos Estados Unidos, por exemplo, os juros médios estavam entre 4,25% e 4,5% em janeiro, uma diferença considerável em relação às taxas brasileiras. Esse cenário pode beneficiar empresas do setor agropecuário que buscam minimizar o impacto das altas taxas de juros internas e aproveitar as condições mais favoráveis no exterior.
O crédito em dólar pode ser vantajoso, especialmente para produtores com perfil exportador, que já têm receitas em moeda estrangeira. Para esses, alinhar ganhos e despesas com a moeda do mercado internacional ajuda a reduzir os impactos das flutuações cambiais. Além disso, os juros mais baixos nos Estados Unidos podem resultar em economia significativa em financiamentos de longo prazo.
Para empresas que necessitam importar insumos ou equipamentos, financiar em dólar pode eliminar riscos cambiais adicionais e proporcionar um custo mais baixo nas transações internacionais. No entanto, é fundamental lembrar que o crédito em dólar também apresenta riscos, como a possibilidade de aumento no valor da dívida devido às oscilações cambiais. Isso exige uma gestão financeira mais cuidadosa e o acompanhamento constante do mercado.
Nesse contexto, uma consultoria especializada se torna essencial. Com o auxílio de empresas com expertise no mercado financeiro, é possível avaliar o momento adequado para optar por crédito em dólar, identificar as condições mais vantajosas e estruturar a operação de forma que se adeque às necessidades do produtor, minimizando riscos e maximizando resultados.
Agronegócios
Alta nos fertilizantes pressiona produtores e encarece a safra 2025/26 no Brasil
Preços de ureia, MAP e cloreto de potássio disparam nos portos brasileiros

Os custos dos fertilizantes no Brasil têm registrado forte alta nos meses que antecedem a safra 2025/26, elevando a pressão sobre os produtores. Segundo o relatório semanal da StoneX, entre janeiro e meados de agosto, os preços da ureia subiram cerca de 33%, o MAP (fosfatado amplamente usado no país) avançou 19% e o cloreto de potássio registrou alta de 20% nos portos brasileiros.
Relação de troca entre insumos e grãos atinge patamar crítico
O aumento nos preços impacta diretamente a rentabilidade dos produtores. De acordo com Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado, a relação de troca entre a soja e o MAP está nos piores níveis dos últimos anos, desestimulando o consumo do fertilizante e obrigando os agricultores a adotarem maior cautela na compra de insumos.
“A demanda indiana tem sustentado as cotações do nitrogenado, e a queda do preço do milho reduz a atratividade das relações de troca no Brasil”, explica Pernías.
Alternativas para reduzir custos
Diante do cenário, importadores brasileiros têm buscado alternativas para contornar a pressão de preços. Entre os nitrogenados, o sulfato de amônio é a opção mais procurada. Já entre os fosfatados, os fertilizantes TSP e SSP têm sido utilizados como substitutos do MAP.
Mesmo com essas alternativas, a aproximação da safra tende a reforçar a pressão sobre os preços no mercado interno, tornando essencial o gerenciamento de custos e riscos por parte dos produtores. Além disso, condições de crédito mais onerosas em 2025 aumentam o desafio financeiro para viabilizar a próxima safra.
Escalada global dos fertilizantes
O aumento de preços não é exclusivo do Brasil. “A Índia, em plena safra Kharif, e os Estados Unidos — mesmo fora de sua alta temporada de compras — também enfrentam preços elevados no complexo NPK”, afirma Pernías.
O movimento de alta está ligado ao aperto entre oferta e demanda global. A China, tradicional fornecedora mundial, restringe exportações para garantir abastecimento interno, enquanto a forte demanda da Índia sustenta os preços internacionais.
Incertezas geopolíticas impactam abastecimento
O cenário internacional também traz desafios para o mercado brasileiro. Tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos indianos, em reação a fluxos comerciais favoráveis à Rússia, geram alertas entre compradores no Brasil.
“Em 2024, a Rússia foi a principal fornecedora de fertilizantes ao Brasil. Qualquer mudança nas dinâmicas comerciais globais pode afetar diretamente o abastecimento nacional”, conclui Pernías.
Fonte: Portal do Agronegócio


