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Descompasso entre Armazenagem e Recorde de Produção de Grãos no Brasil

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Falta de investimentos em silos e tecnologias de armazenagem gera perdas no agronegócio

Anualmente, o Brasil estabelece novos recordes na produção de grãos, mas a infraestrutura de armazenagem continua a ser um dos principais desafios enfrentados pelo agronegócio, que atualmente enfrenta um déficit aproximado de 120 milhões de toneladas. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), a capacidade de armazenagem estática deve ultrapassar 118 milhões de toneladas nesta safra, evidenciando a inadequação entre a capacidade de armazenamento e o aumento na produção.

A capacidade de armazenagem no país não corresponde ao crescimento da produção, e muitas das unidades existentes têm mais de 20 anos, contando com equipamentos defasados e obsoletos. Enquanto os produtores investem em tratores, colheitadeiras e outros implementos agrícolas que incorporam tecnologias avançadas, a área de armazenagem, onde os grãos são guardados, não recebe a mesma atenção.

Everton Rorato, diretor comercial da PCE Engenharia, observa que os produtores rurais brasileiros ainda priorizam outros investimentos antes de direcionar recursos para a armazenagem. “É curioso notar a ordem de prioridade dos produtores. Quando há sobra de recursos, a primeira preocupação é adquirir terras, seguida pela compra de maquinário agrícola. Investimentos em sistemas de armazenagem ou na atualização do que já possuem ocupam os últimos lugares”, explica.

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Esse foco em outras áreas contribui para a defasagem tecnológica no parque de armazenagem do Brasil. Rorato destaca que, nos últimos cinco anos, houve um avanço significativo em pesquisas e no desenvolvimento de sensores e sistemas capazes de monitorar as condições dentro de silos e armazéns, como a termometria digital e a conectividade. No entanto, a adoção dessas inovações ainda é limitada, resultando em uma gestão inadequada do processo.

A falta de atualização tecnológica pode acarretar prejuízos significativos para os armazenadores. O gerenciamento adequado requer atenção constante a diversos fatores que influenciam o ambiente interno e externo dos silos. Visando solucionar essa problemática, a PCE desenvolveu soluções de automação para o controle das condições de armazenagem dos grãos. Um dos destaques é o sistema de termometria digital, que permite o monitoramento da temperatura dos grãos armazenados por meio de um aplicativo. Com essas informações, os gestores podem tomar decisões mais assertivas.

Outro recurso oferecido pela PCE é um portal na nuvem, acessível de qualquer local, que fornece uma visão clara das condições dos grãos dentro do silo ou armazém, gerando um histórico de dados para consultas. “Essa tecnologia possibilita o rastreamento das condições de armazenagem dos grãos, facilitando a tomada de decisões no processo”, conclui Rorato.

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Soja inicia semana com avanço do plantio no Brasil e volatilidade nos preços internacionais

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Produção segue firme nos estados do Centro-Sul, enquanto o mercado global reage à incerteza nas compras da China e oscilações no óleo e farelo de soja

Soja inicia semana com avanço do plantio no Brasil e volatilidade nos preços internacionais
Avanço do plantio e estabilidade de preços no Sul do Brasil

O início da semana foi marcado por avanços significativos no plantio da soja nas principais regiões produtoras do Brasil. Segundo dados da TF Agroeconômica, o Paraná mantém o melhor quadro produtivo da região Sul, impulsionado pela liberação das áreas de trigo e pela boa regularidade climática.

Em Paranaguá, a saca foi cotada a R$ 142,00 (+0,15%), enquanto em Cascavel o preço ficou em R$ 129,77 (-0,68%). Em Maringá, a cotação chegou a R$ 130,59 (-0,31%), e em Ponta Grossa, R$ 133,26 (-0,15%) por saca FOB. No balcão, os preços locais ficaram em torno de R$ 120,00.

No Rio Grande do Sul, o avanço do plantio ocorre em meio à recuperação das lavouras após um período de excesso de umidade. Os preços no porto foram reportados a R$ 144,00/sc (+2,86%), e no interior do estado, em torno de R$ 133,00/sc (+1,53%), com destaque para Passo Fundo, que chegou a R$ 137,00/sc (+4,58%).

Já em Santa Catarina, o mercado se manteve estável, refletindo um ambiente de cautela entre produtores e compradores. No porto de São Francisco do Sul, a saca foi negociada a R$ 140,53 (+0,38%).

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul concluem plantio com boas perspectivas

No Centro-Oeste, o ritmo do plantio é considerado exemplar. Em Mato Grosso do Sul, as lavouras estão praticamente concluídas e com desempenho amplamente favorável. As estruturas de armazenamento operam com tranquilidade, permitindo um ritmo de comercialização moderado.

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Em Dourados, a saca foi cotada a R$ 126,05 (+0,28%), valor repetido em Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia, enquanto em Chapadão do Sul a cotação ficou em R$ 123,31 (-0,36%).

O Mato Grosso, maior produtor nacional, também encerrou o plantio em quase todas as regiões. Em Campo Verde e Rondonópolis, o preço foi de R$ 123,16 (-0,19%); em Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, R$ 119,05 (+0,08%); e em Primavera do Leste, R$ 123,16 (-0,19%).

Soja se recupera em Chicago após quedas anteriores

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros da soja registraram recuperação nesta terça-feira (2), revertendo as perdas da sessão anterior. Por volta das 6h50 (horário de Brasília), as altas variavam entre 4,50 e 5,75 pontos, com o vencimento janeiro cotado a US$ 11,33/bushel e o maio a US$ 11,52/bushel.

Enquanto o farelo de soja operava de forma estável após quedas de mais de 1% na véspera, o óleo de soja avançava cerca de 0,5%, contribuindo para a valorização do grão.

A volatilidade no mercado segue alta, impulsionada por fatores geopolíticos e pela incerteza em torno da demanda chinesa. A expectativa de novos acordos comerciais entre Estados Unidos, China e Japão também influencia as decisões dos investidores. Além disso, as condições climáticas no Brasil, que já provocaram perda do teto produtivo da safra 2025/26, permanecem no centro das atenções.

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Pressão externa volta a derrubar preços em Chicago

Apesar da recuperação pontual, o mercado internacional de soja ainda enfrenta pressão. A falta de novas compras pela China e o ritmo lento das exportações norte-americanas levaram a nova queda nas cotações.

De acordo com a TF Agroeconômica, o contrato janeiro recuou 0,86%, o março caiu 0,70% e o farelo de dezembro teve baixa de 1,05%, enquanto apenas o óleo de soja manteve leve alta de 0,58%.

A consultoria destaca que, para cumprir o volume anunciado após as negociações entre os governos chinês e norte-americano, a China precisaria manter um ritmo de compras de 250 mil toneladas diárias até o fim do ano. No entanto, a ausência de novas aquisições tem ampliado a cautela dos investidores e provocado liquidações de lucro.

No acumulado do ano, os compromissos de vendas externas dos EUA estão 37,6% abaixo do registrado em 2024, enquanto os embarques — que refletem as exportações efetivas — recuaram 45,61% no mesmo período.

No Brasil, o avanço do plantio e as previsões de safra recorde contribuem para reforçar a pressão baixista sobre os preços em Chicago, consolidando um cenário de ajustes no curto prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

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