ECONOMIA
Brasileiro trabalha 153 dias por ano para pagar impostos
Dinheiro vai para os cofres públicos e não retorna como deveria.
ECONOMIA

De Janeiro até Maio de 2018, mais de R$ 879 bilhões foram arrecadados em impostos, segundo dados do Impostômetro. É uma quantia expressiva que teve destino certo: os cofres públicos. Para se ter uma ideia, com esse valor seria possível adquirir quase 6 milhões apartamentos de moradia popular.
De tudo o que se é consumido no país, 33%, em média, é imposto, enriquecendo mais a cada dia esse número estrondoso.
Não é tarefa fácil demonstrar esses dados, são precisos vários cálculos e tabelas, pois são muitos os tributos que impactam no preço final de produtos e serviços. Pensando nisso, em 2006, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT, em um de seus estudos, identificou que o brasileiro trabalhou 145 dias naquele ano, o equivalente a quase cinco meses, apenas para pagar seus impostos.
25 DE MAIO – DIA DE RESPEITO AO CONTRIBUINTE VIROU LEI
De acordo com o contador e presidente executivo do IBPT, João Olenike, o estudo que identificou os dias trabalhados para pagar impostos chamou a atenção de um Deputado Federal na época e em seguida, se tornou um projeto de lei. “Esse trabalho chegou até o Deputado Federal Sandro Mabel, que achou interessante e resolveu fazer um projeto de lei, para que o 145º dia do ano (25/05) se tornasse o Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte”.
Esse projeto se tornou Lei Federal em 2010, a de nº 12.325/10. Em 2017, ano do último levantamento realizado pelo IBPT, esse número de dias aumentou, elevando-se para 153 dias.
DE OLHO
Com o intuito de estabelecer a máxima transparência quando se fala em impostos, os deputados constituintes previram na Constituição Federal de 1988, o artigo 150, que traz a obrigatoriedade de esclarecer os contribuintes sobre os tributos que incidam sobre mercadorias e serviços.
Visando executar os mandamentos constitucionais, a Associação Comercial de São Paulo, em parceria com o IBPT, iniciou no ano de 2006 o projeto De Olho no Imposto.
“Como o Guilherme Afif Domingos tinha sido deputado constituinte, ele entendia que precisávamos, de qualquer forma, informar ao consumidor final os tributos que ele estava pagando quando ele adquire mercadorias e serviços dos estabelecimentos varejistas, principalmente comércio e serviços”, destaca João Olenike.
O projeto virou Lei Federal, 12.741/2012, e hoje é obrigatório informar aos contribuintes, através de impressão na Nota Fiscal, os impostos pagos. Alguns estabelecimentos ainda não se adequaram, e isso é um problema corriqueiro dessa máquina gigantesca de arrecadar que é o Brasil.
“Infelizmente, pela falta de fiscalização e imposição de penas pecuniárias, que, pela lei ficaram por conta dos PROCONS de cada estado, muitos estabelecimentos ainda não informam o valor dos tributos. Essa impunidade faz com que os varejistas não se sintam obrigados a cumprir as determinações inseridas nesta lei”, ressalta o presidente do IBPT.
TANTO IMPOSTO E NADA DE RETORNO
É muito imposto num país que precisa crescer e respeitar seu cidadão. São milhares de entraves burocráticos para que o sistema tributário seja forte e justo.
O que vemos hoje são pessoas que pagam seus impostos e nada têm em retorno. “Infelizmente o retorno para a sociedade é pífio, fazendo com que os brasileiros tenham que pagar por serviços particulares (ou seja, em dobro), como ensino privado, cercas elétricas, guardiões nas esquinas de casa, planos de saúde, pedágios, etc.”, ressalta João Olenike.
A única saída: Exigir a correta aplicação de todo aquele dinheiro, que não é pouco, e que não tem destinação certa, mas é de todos. “Nós temos, como contribuintes, o direito e o dever de verificar os documentos fiscais, tomar conhecimento da alta carga de tributos que os governos estão arrecadando e fazer exigir nossos direitos da correta aplicação desses recursos em serviços públicos de qualidade”, conclui Olenike.
Fonte: IBPT


ECONOMIA
Fraude no INSS: associações não tinham estrutura, diz relatório da PF
Investigação apontou ainda que cinco das oito associações da amostra não tinham nenhum empregado em 2021
A Polícia Federal identificou que associações suspeitas de realizarem descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS não possuíam estrutura física ou operacional compatível com a atuação nacional que alegavam ter.
De acordo com relatório da PF, parte dessas entidades funcionava sem sede adequada e sem quadro de funcionários, apesar de manterem associados em diversas regiões do país. A situação foi constatada durante visitas presenciais e entrevistas com responsáveis pelas associações.
Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), referentes a 2021, e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), dos anos de 2022 e 2023, mostram que cinco das oito associações analisadas não tinham nenhum empregado registrado em 2021. Uma delas contava com apenas três funcionários.
A PF aponta que, diante da quantidade de associados e da abrangência geográfica, há dúvidas sobre a real capacidade dessas entidades de realizar a captação, o atendimento e a prestação de serviços prometidos.
O relatório também revela possíveis irregularidades na gestão, como a presença de dirigentes com perfil incompatível com as funções exercidas, representantes de fachada e indícios de conflito de interesses. Em alguns casos, diretores do INSS teriam comparecido a assembleias e eventos promovidos pelas associações sob investigação.
fonte: CNN