Agronegócios
Colheita de soja e milho ultrapassa 95% das lavouras no Paraná
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Safra avança e mantém expectativas de produção; técnicos monitoram impactos do clima nas lavouras
A colheita da soja no Paraná avançou cinco pontos percentuais em uma semana e agora atinge 95% dos 5,7 milhões de hectares cultivados. Os dados são do boletim Condições de Tempo e Cultivo, divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
A expectativa de produção para a oleaginosa segue estimada em pouco mais de 21 milhões de toneladas. Do total ainda a campo, 91% das lavouras apresentam boas condições, enquanto o restante está classificado como mediano. Os produtores aguardam apenas condições climáticas favoráveis para concluir a colheita, enquanto técnicos do setor organizam reuniões para divulgar os números finais da safra.
O documento também aponta avanços na colheita do milho de primeira safra, que subiu três pontos percentuais na última semana e agora alcança 95% dos 268 mil hectares cultivados. O plantio da segunda safra de milho também progrediu na mesma proporção e se encontra praticamente finalizado, com 99% dos 2,6 milhões de hectares semeados.
Das áreas de milho ainda a serem colhidas, 96% estão em boas condições, permitindo projeções otimistas para a finalização dos trabalhos nos próximos dias. No entanto, houve uma piora nas lavouras da segunda safra, com a área classificada como boa caindo de 70% para 66%, enquanto o percentual de lavouras consideradas ruins aumentou de 9% para 12%. Diante disso, técnicos e produtores intensificam o monitoramento para avaliar se as chuvas recentes foram suficientes para melhorar a germinação das sementes. Apesar da umidade, há relatos de alta infestação de pulgões e cigarrinhas, exigindo atenção redobrada quanto ao manejo fitossanitário, com aplicações de defensivos programadas para os próximos dias.
O boletim do Deral também informa o início da colheita do feijão de segunda safra, ainda de forma tímida, com apenas 1% dos 332 mil hectares colhidos. A maioria das lavouras está na fase de formação das primeiras vagens. Embora as chuvas recentes tenham favorecido a cultura, os problemas climáticos anteriores afetaram o desenvolvimento das plantas, que apresentam porte abaixo do esperado.
A colheita da batata de segunda safra também avança, com 20% dos 10,7 mil hectares já colhidos. No entanto, os preços pagos aos produtores seguem em queda. Em março, a média recebida por saca de 25 quilos foi de R$ 30,22, inferior aos R$ 31,66 registrados em fevereiro e bem abaixo dos R$ 79,85 pagos no mesmo período de 2023.
Outras culturas também apresentam avanços na colheita no Paraná. Na região de Cianorte, abacate, banana, goiaba e maracujá estão sendo colhidos. A cana-de-açúcar, beneficiada pelo clima, deve iniciar sua colheita nos próximos dias com boas perspectivas. O arroz irrigado na região Noroeste segue sendo colhido com estimativas positivas de produtividade. Já o café avança para a fase de frutificação, com algumas lavouras entrando no estágio de maturação. As altas temperaturas dos últimos meses podem adiantar o ciclo da cultura.
“Portal do Agronegócio”
Agronegócios
Alta nos fertilizantes pressiona produtores e encarece a safra 2025/26 no Brasil
Preços de ureia, MAP e cloreto de potássio disparam nos portos brasileiros

Os custos dos fertilizantes no Brasil têm registrado forte alta nos meses que antecedem a safra 2025/26, elevando a pressão sobre os produtores. Segundo o relatório semanal da StoneX, entre janeiro e meados de agosto, os preços da ureia subiram cerca de 33%, o MAP (fosfatado amplamente usado no país) avançou 19% e o cloreto de potássio registrou alta de 20% nos portos brasileiros.
Relação de troca entre insumos e grãos atinge patamar crítico
O aumento nos preços impacta diretamente a rentabilidade dos produtores. De acordo com Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado, a relação de troca entre a soja e o MAP está nos piores níveis dos últimos anos, desestimulando o consumo do fertilizante e obrigando os agricultores a adotarem maior cautela na compra de insumos.
“A demanda indiana tem sustentado as cotações do nitrogenado, e a queda do preço do milho reduz a atratividade das relações de troca no Brasil”, explica Pernías.
Alternativas para reduzir custos
Diante do cenário, importadores brasileiros têm buscado alternativas para contornar a pressão de preços. Entre os nitrogenados, o sulfato de amônio é a opção mais procurada. Já entre os fosfatados, os fertilizantes TSP e SSP têm sido utilizados como substitutos do MAP.
Mesmo com essas alternativas, a aproximação da safra tende a reforçar a pressão sobre os preços no mercado interno, tornando essencial o gerenciamento de custos e riscos por parte dos produtores. Além disso, condições de crédito mais onerosas em 2025 aumentam o desafio financeiro para viabilizar a próxima safra.
Escalada global dos fertilizantes
O aumento de preços não é exclusivo do Brasil. “A Índia, em plena safra Kharif, e os Estados Unidos — mesmo fora de sua alta temporada de compras — também enfrentam preços elevados no complexo NPK”, afirma Pernías.
O movimento de alta está ligado ao aperto entre oferta e demanda global. A China, tradicional fornecedora mundial, restringe exportações para garantir abastecimento interno, enquanto a forte demanda da Índia sustenta os preços internacionais.
Incertezas geopolíticas impactam abastecimento
O cenário internacional também traz desafios para o mercado brasileiro. Tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos indianos, em reação a fluxos comerciais favoráveis à Rússia, geram alertas entre compradores no Brasil.
“Em 2024, a Rússia foi a principal fornecedora de fertilizantes ao Brasil. Qualquer mudança nas dinâmicas comerciais globais pode afetar diretamente o abastecimento nacional”, conclui Pernías.
Fonte: Portal do Agronegócio


