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Café: safra 2022 sentirá as adversidades climáticas

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seca e a geada que atingiram as lavouras de café no ano passado deverão impactar a safra do grão prevista para este ano. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados no último dia 18/1, neste primeiro momento, a produção brasileira de café foi estimada em 55,7 milhões de sacas. Há um aumento previsto de 16,8%, frente ao volume obtido na safra passada (2021 – que foi muito prejudicada). Porém, em relação a 2020, que foi de bienalidade positiva como deve ser a de 2022 e é a base de comparação mais indicada, a projeção é de uma safra 11,6% menor, justamente em decorrência das adversidades climáticas no início do ciclo em muitas das regiões produtoras. 

Durante a fase reprodutiva dos grãos para safra 2022 ocorreram os problemas que poderão impactar a safra: períodos prolongados de estiagens (junho a setembro/21) e as geadas em áreas cafeicultoras (julho/21), prejudicando a florada e o pegamento dos chumbinhos (grãos novos). Os efeitos das fortes chuvas que têm castigado o estado ainda não foram avaliados neste primeiro levantamento da Conab.

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Os efeitos climáticos têm reduzido o potencial produtivo neste período de bienalidade positiva, o que levará à produção menor do que a esperada também em Minas Gerais. Assim, a primeira estimativa da Conab para a temporada 2022, indica que a produção estadual seja de 26,9 milhões de sacas, sendo a grande maioria do tipo arábica. Tal projeção representa aumento de 21,9% em comparação ao total colhido na temporada passada (2021). Porém, em relação à última safra de bienalidade positiva (2020), a redução chega a 22%. 

Minas Gerais é o estado tradicionalmente reconhecido como o maior produtor do grão no país. Para se ter ideia, nas últimas safras, a cafeicultura mineira produziu quase a metade de todo o volume colhido nacionalmente, reforçando a relevância do estado para o mercado do café tanto no Brasil quanto no exterior. 

SAFRA 2022 NAS REGIÕES 
•    Sul de Minas – 13,9 milhões de sacas (+21,9% frente a 2021 e -27,1% frente a 2020)
•    Cerrado Mineiro – 4,8 milhões de sacas (+1,2% frente a 2021 e -19,4% frente a 2020)
•    Matas de Minas – 7,4 milhões de sacas (+51,9% frente a 2021 e -15% frente a 2020)
•    Chapada de Minas – 718,8 mil sacas (+3,6% frente a 2021 e +2,2% frente a 2020) – considera-se a maior representação do cultivo da variedade conilon, que é mais resistente e sofre menos com as intempéries climáticas. 

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“Os dados da Conab são preliminares. É muito cedo para estimar qualquer número. As previsões divulgadas foram levantadas em dezembro, quando as lavouras estavam em pegamento do chumbinho. Em janeiro, tivemos muita queda destes pequenos grãos, de acordo com relatos de produtores de todas as regiões; além de perdas estimadas por phoma (doença fúngica) e outras adversidades. Estamos em fase de enchimento dos grãos, as chuvas se fazem benéficas. Até o início da colheita (fim de abril, maio), muita coisa pode acontecer. É preciso cautela e acompanhamento.” 
Ana Carolina Alves Gomes, analista de Agronegócios do Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos

Fonte: CNA Brasil

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Alta nos fertilizantes pressiona produtores e encarece a safra 2025/26 no Brasil

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Preços de ureia, MAP e cloreto de potássio disparam nos portos brasileiros

Alta nos fertilizantes pressiona produtores e encarece a safra 2025/26 no Brasil

Os custos dos fertilizantes no Brasil têm registrado forte alta nos meses que antecedem a safra 2025/26, elevando a pressão sobre os produtores. Segundo o relatório semanal da StoneX, entre janeiro e meados de agosto, os preços da ureia subiram cerca de 33%, o MAP (fosfatado amplamente usado no país) avançou 19% e o cloreto de potássio registrou alta de 20% nos portos brasileiros.

Relação de troca entre insumos e grãos atinge patamar crítico

O aumento nos preços impacta diretamente a rentabilidade dos produtores. De acordo com Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado, a relação de troca entre a soja e o MAP está nos piores níveis dos últimos anos, desestimulando o consumo do fertilizante e obrigando os agricultores a adotarem maior cautela na compra de insumos.

“A demanda indiana tem sustentado as cotações do nitrogenado, e a queda do preço do milho reduz a atratividade das relações de troca no Brasil”, explica Pernías.

Alternativas para reduzir custos

Diante do cenário, importadores brasileiros têm buscado alternativas para contornar a pressão de preços. Entre os nitrogenados, o sulfato de amônio é a opção mais procurada. Já entre os fosfatados, os fertilizantes TSP e SSP têm sido utilizados como substitutos do MAP.

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Mesmo com essas alternativas, a aproximação da safra tende a reforçar a pressão sobre os preços no mercado interno, tornando essencial o gerenciamento de custos e riscos por parte dos produtores. Além disso, condições de crédito mais onerosas em 2025 aumentam o desafio financeiro para viabilizar a próxima safra.

Escalada global dos fertilizantes

O aumento de preços não é exclusivo do Brasil. “A Índia, em plena safra Kharif, e os Estados Unidos — mesmo fora de sua alta temporada de compras — também enfrentam preços elevados no complexo NPK”, afirma Pernías.

O movimento de alta está ligado ao aperto entre oferta e demanda global. A China, tradicional fornecedora mundial, restringe exportações para garantir abastecimento interno, enquanto a forte demanda da Índia sustenta os preços internacionais.

Incertezas geopolíticas impactam abastecimento

O cenário internacional também traz desafios para o mercado brasileiro. Tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos indianos, em reação a fluxos comerciais favoráveis à Rússia, geram alertas entre compradores no Brasil.

“Em 2024, a Rússia foi a principal fornecedora de fertilizantes ao Brasil. Qualquer mudança nas dinâmicas comerciais globais pode afetar diretamente o abastecimento nacional”, conclui Pernías.

Fonte: Portal do Agronegócio

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