Judiciário e Justiça
Policial Militar é condenado a 24 anos de prisão por morte a pauladas de jovem de 16 anos
Jefferson Alves de Souza foi condenado na noite desta quinta-feira (17) pelo assassinato de Gabriel Paiva, em abril de 2017. Outro policial acusado de participação no crime foi absolvido.
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O Policial Militar Jefferson Alves de Souza, do 22º Batalhão da PM de São Paulo, foi condenado a 24 e seis meses de anos de prisão, na noite desta quinta-feira (17), pela morte a pauladas de Gabriel Paiva, 16 anos, em abril de 2017.
Outro policial acusado de participação no crime, Thiago Quintino Meche, foi absolvido. O julgamento, que ocorreu no Fórum da Barra Funda, começou no início da tarde e terminou às 23h.
Em sua decisão, a juíza Débora Faitarone considerou ter ficado comprovada a violência por parte de Souza.
A magistrada ainda afirmou que o menino tinha apenas 16 anos e no dia dos fatos estava com seu irmão, que também não tem passagens criminais, e alguns amigos.
"Verifica-se pelos depoimentos colhidos que o réu envergonha a Polícia Militar, composta em sua esmagadora maioria por homens de bem, que agem em defesa da sociedade", diz a sentença.
Julgamento
A fase de debates entre promotoria e advogados de defesa dos réus começou por volta das 17h30.
O promotor Romeu Galiano Zanelli Júnior pediu a absolvição de Thiago Quintino Meche por falta de provas da participação dele no homicídio. Nenhuma testemunha viu ele agredindo a vítima.
No caso do policial Jefferson Alves de Souza, o promotor pediu a condenação por homicídio qualificado, conforme a denúncia e pronúncia de acusação.
Gabriel Paiva internado na UTI — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal da família
Durante o depoimento, os réus alegaram inocência. Três testemunhas foram ouvidas, sendo que duas delas estão sob proteção. Segundo a juíza, Jefferson procurou uma das testemunhas do caso com o “intuito de intimidá-la” e isso justificou deixar os dois policiais presos até o julgamento.
Thiago e Jefferson estão presos no Presídio Romão Gomes desde maio de 2017 e chegaram a responder pelo crime em liberdade, mas cumprem prisão preventiva.
Em dezembro do ano passado, os advogados de defesa dos dois policiais militares protocolaram pedido de adiamento do julgamento, que foi negado pela juíza, sob a alegação de que a medida poderia provocar mais prejuízo público.
Família da vítima
A família de Gabriel acompanhou o julgamento. "Meu primo foi covardemente, cruelmente, injustamente e brutalmente espancado por alguém que está a serviço da sociedade para proteger e zelar pela vida das pessoas de bem", disse Tatiane Godoy, prima da vítima, na manhã desta quinta (17).
Policiais acusados de espancar e matar adolescente de 16 anos em 2017 vão a júri popular
Tatiane disse ainda que "Gabriel se foi e eles [PMs] nos condenaram a essa pena que não será entre 12 ou 30 anos. Nosso luto será eterno e só esperamos a Justiça. Só ficaremos em paz quando eles forem condenados e pagarem perante a sociedade o mal que nos causaram."
Ariel de Castro Alves, conselheiro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), acompanhou o caso desde o início e considera o caso um dos mais alarmantes de violência policial.
O crime
O adolescente morreu quatro dias depois da abordagem de 16 de abril de 2017. Ele foi espancado pelos dois policiais militares. De acordo com parentes do garoto, a morte foi provocada por parada cardíaca. O caso ocorreu na Rua Vila Missionária, em Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo.
A Justiça ainda cita o apelido do policial Jefferson como sendo “Negão da Madeira”, em virtude de relatos de testemunhas do crime afirmarem que ele costumava fazer revistas em jovens na região sempre com um pedaço de madeira em mãos. Segundo a acusação do Ministério Público aceita pela juíza, Thiago foi espancado na cabeça com um pedaço de madeira.
A defesa do policial Thiago alegou à Justiça que não há provas da participação dele no crime e requereu a revogação da prisão preventiva que, à época, foi negado pela juíza.
A defesa de Jefferson também alegou falta de provas contra ele e pediu a revogação da prisão, que também foi negado pela juíza.
Fonte: G1


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Carla Zambelli diz que deixou o Brasil, dias após ter sido condenada à prisão pelo STF

Por: Guilherme Caetano
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta terça-feira, 3, que deixou o Brasil. Ela viajou ao exterior inicialmente para buscar tratamento médico, segundo ela, e vai pedir licença não remunerada de seu mandato na Câmara dos Deputados.
Ela disse estar fora do País há alguns dias, e que vai morar na Europa, onde tem cidadania. Também afirmou ter escolhido o continente como destino para poder atuar pelo fortalecimento da direita nos países da região e “resistir, voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs”.
Ela mencionou a articulação feita pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, onde ele vem se empenhando para tentar influenciar o governo Trump a impor sanções contra autoridades brasileiras, como exemplo do que ela pode fazer na Europa. A declaração foi feita em entrevista ao vivo ao canal do YouTube AuriVerde Brasil nesta manhã.
“Estadão”