O ataque terrorista ocorreu na escola Lhubirira, na cidade de Mpondwe, a cerca de dois quilômetros da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC)

Grupo ligado ao Estado Islâmico mata 41 estudantes em escola de Uganda

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Um ataque a uma escola no oeste de Uganda pelas Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde com supostas ligações com o Estado Islâmico (EI), matou 41 estudantes na manhã deste sábado, 17. Segundo a polícia, seis estudantes foram sequestrados pelo grupo. Entre os mortos, 38 deles eram estudantes. A idade das vítimas não foi divulgada até o momento.

O ataque terrorista ocorreu na escola Lhubirira, na cidade de Mpondwe, a cerca de dois quilômetros da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), informou a polícia em um comunicado publicado em sua conta no Twitter.

“Um dormitório foi queimado e uma loja de alimentos foi saqueada”, disse a polícia. “Oito vítimas também foram resgatadas e permanecem em estado crítico no hospital de Bwera.”

Ainda de acordo com os policiais, tropas de Uganda rastrearam os agressores até o território congolês. “Todos os mortos até agora foram confirmados como estudantes da escola”, disse Joe Walusimbi, comissário distrital do distrito de Kasese, onde a escola está localizada. Os agressores fugiram para o parque nacional de Virunga, no Congo.

“Oferecemos nossas mais profundas condolências às famílias daqueles que foram mortos e oferecemos nossas orações e pensamentos àqueles que ficaram feridos”.

As Forças Democráticas Aliadas são um grupo rebelde de origem ugandense, mas estão atualmente sediadas nas províncias congolesas de Kivu do Norte e na vizinha Ituri, perto da fronteira que a RDC compartilha com Uganda. Seus objetivos são difusos, além de uma possível ligação com o Estado Islâmico (EI) que às vezes é responsabilizado por seus ataques.

Winnie Kiiza, uma influente líder política e ex-legisladora da região, condenou o “ataque covarde” no Twitter. Ela disse que “ataques a escolas são inaceitáveis e constituem uma grave violação dos direitos das crianças”, acrescentando que as escolas devem ser sempre “um lugar seguro” para todos os alunos.

Embora os especialistas do Conselho de Segurança da ONU não tenham encontrado nenhuma evidência de apoio direto do EI ao ADF os Estados Unidos identificaram o ADF desde março de 2021 como uma “organização terrorista” afiliada ao grupo jihadista.

As Forças Democráticas Aliadas, ou ADF, são acusadas de lançar muitos ataques contra civis nos últimos anos, principalmente contra comunidades civis em partes remotas do leste do Congo.

O ADF há muito tempo se opõe ao governo do presidente de Uganda, Yoweri Museveni, um aliado de segurança dos EUA que está no poder desde 1986.

Criada no início da década de 1990 em Uganda, a ADF foi forçada a fugir para o leste do Congo, onde muitos grupos rebeldes podem operar porque o governo central do Congo tem controle limitado.

Segundo o Barômetro de Segurança de Kivu (KST), o ADF é responsável por pelo menos 3.850 mortes em 730 ataques perpetrados pelo ADF.

Maiores ataques do gênero nos últimos anos

Ataques terroristas com atiradores, como o da escola em Uganda, se tornaram mais frequentes nos últimos anos. O recurso tem sido usado tanto por grupos terroristas islâmicos, como os atentados de Paris, na França. em 2015 e Mumbai, na Índia, em 2008, quanto por extremistas de direita, como foi o caso do atentado de Utoya na Noruega, em 2011. Veja a seguir uma lista dos piores atentados do tipo na história recente

2008 – Atentado de Mumbai, na Índia: 164 mortos: No pior atentado do gênero na história recente, militantes do grupo Lashkar e-Taiba, sediado no Paquistão, atacaram a cidade de Mumbai, na Índia, numa onda de pânico que durou 3 dias e deixou 164 mortos. Os principais alvos foram hotéis e outros locais frequentados por ocidentais. O grupo executou dez ataques simultâneos na cidade.

2015 – Atentado de Paris, na França: 130 mortos: Em uma noite de pânico e terror, ao menos seis atentados simultâneos atingiram pontos distintos de Paris e deixaram 130 mortos. A onda de ataques, reivindicada pelo Estado Islâmico, foi um dos maiores atentados organizados pelo grupo e chocou o mundo. A violência combinou a ação de atiradores armados, explosões e a tomada de reféns em uma casa de shows.

2011 – Atentado de Utoya, na Noruega: 77 mortos: Em julho de 2011, o neonazista Anders Breivik invadiu um acampamento da juventude do Partido Trabalhista da Noruega na Ilha de Utoya, nos arredores de Oslo, e abriu fogo contra dezenas de pessoas, deixando 77 mortos.

2019 – Atentado de Christchurch, Nova Zelândia: 51 mortos: Em março de 2019, Um australiano de 28 anos abriu fogo contra duas mesquitas na Nova Zelândia e matou ao 51 pessoas. O caso chocou o país e promoveu um amplo debate sobre o veto a armas de assalto, liderado pela então premiê Jacinda Arden. O nome do terrorista, que transmitiu o massacre pela internet, nunca foi divulgado para evitar a glorificação da violência no país.

2015 – Atentado de San Bernardino, nos EUA, 14 mortos: Em dezembro de 2015, um casal fortemente armado abriu fogo contra um centro de tratamento de pessoas com deficiência em San Bernardino, na Califórnia, matando 14 pessoas. O ataque também foi reinvidicado pelo Estado Islâmico e tratado como terrorismo pelo FBI.

2015 – Atentado à revista Charlie Hebdo, na França: 12 mortos: Em janeiro de 2015, militantes islâmicos invadiram a sede da revista Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas depois da publicação de charges consideradas ofensivas ao profeta Maomé.

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“Exame”

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Chefe da União Europeia tem GPS de avião bloqueado e Rússia é suspeita

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Líder do bloco pousou em segurança ma Bulgária; pilotos tiveram que usar mapas de papel para achar lugar da aterrissagem

Ivana Kottasová, da CNN
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem GPS de avião bloqueado
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem GPS de avião bloqueado  • Reprodução/Reuters

Um avião que transportava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi alvo de interferência no sistema de navegação GPS, enquanto tentava pousar na Bulgária no domingo (31), informou um porta-voz da comissão à CNN.

A comitiva recebeu “informações das autoridades búlgaras de que suspeitam que essa interferência flagrante tenha sido realizada pela Rússia”, disse o porta-voz.

O avião pousou em segurança, disse o porta-voz. Uma fonte familiarizada com a situação disse à CNN que os pilotos pousaram o avião usando mapas de papel.

Von der Leyen e a comissão têm sido firmes apoiadores da Ucrânia enquanto Kiev tenta se defender da agressão não provocada da Rússia. Ela foi uma das líderes europeias que participaram da cúpula do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a Ucrânia na semana passada e tem instado consistentemente os Estados-membros da UE a alocarem mais recursos para ajudar a Ucrânia.

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O incidente ocorreu enquanto ela visitava os Estados-membros na parte oriental do bloco para angariar apoio à Ucrânia. “Este incidente ressalta a urgência da atual viagem da presidente aos Estados-membros da linha de frente, onde ela viu em primeira mão as ameaças diárias da Rússia e seus representantes”, disse o porta-voz da comissão à CNN.

CNN entrou em contato com as autoridades búlgaras para obter comentários e solicitou que a Rússia comentasse as alegações.

A interferência do GPS que causa interrupções em voos e tráfego marítimo está há muito tempo entre as ferramentas do arsenal de guerra híbrida da Rússia.

Autoridades dos países escandinavos e bálticos têm afirmado repetidamente que a Rússia vem bloqueando regularmente o sinal de GPS na região. Após uma equipe de pesquisadores na Polônia e na Alemanha estudarem minuciosamente as interferências de GPS por um período de seis meses a partir de junho de 2024, eles também concluíram que a Rússia era a responsável, e que Moscou estava usando uma frota paralela de navios e seu enclave de Kaliningrado para isso.

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A União Europeia já havia sancionado diversas entidades e indivíduos ligados a Estados russos por estarem por trás de incidentes de interferência.

“Isso reforçará ainda mais nosso compromisso inabalável de aumentar nossas capacidades de defesa e o apoio à Ucrânia”, acrescentou o porta-voz.

A viagem à Bulgária fez parte da visita de von der Leyen a vários Estados da União Europeia que fazem fronteira com a Rússia, a Bielorrússia e o Mar Negro.

A viagem teve como objetivo mostrar força e união enquanto a Rússia continua atacando cidades ucranianas e sabotando qualquer tentativa de chegar a um acordo de cessar-fogo.

A presidente visitou a Letônia e a Finlândia na sexta-feira (29), a Estônia no sábado e a Polônia e a Bulgária no domingo. Ela completou a viagem na segunda-feira (1º), visitando a Lituânia e a Romênia.

Em discurso na capital búlgara logo após o incidente aéreo, mas antes que se tornasse público, von der Leyen disse que a Europa precisava “manter o senso de urgência”.

“(O presidente russo Vladimir) Putin não mudou e não mudará. Ele é um predador. Ele só pode ser controlado por meio de uma forte dissuasão”, disse ela.

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