ECONOMIA
Gasto público ineficiente no Brasil gera perda de US$ 68 bi por ano
É o que revela estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento
ECONOMIA

Por Kelly Oliveira
Os gastos públicos ineficientes no Brasil geram prejuízos de US$ 68 bilhões por ano ou 3,9% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB).
É o que conclui estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A publicação faz parte da série de estudos denominada Desenvolvimento nas Américas.
Segundo o organismo, há ineficiências na alocação de recursos públicos e na forma de execução de programas e projetos, como compras governamentais, na gestão do funcionalismo público e nas transferências de recursos.
Para promover a eficiência do gasto público no Brasil, o estudo sugere melhorar a gestão de investimento público, com prioridade a projetos de maior impacto fiscal e que garantam o crescimento do país.
As recomendações incluem maiores investimentos em crianças em relação a idosos, aprimorar a gestão do funcionalismo públicos a partir de meritocracia e revisão de carreiras e salários, fortalecer os sistemas de compras públicas e criar mecanismos que assegurem as transferências de recursos para aqueles que realmente necessitam.
Reforma da Previdência
O estudo também cita a necessidade de reforma da Previdência. Segundo o BID, o gasto no Brasil com previdência é, em termos relativos, o mais alto da região – gasta-se sete vezes mais com a população mais velha que os mais jovens.
Se mantidos os níveis atuais de gastos, diz o Banco Interamericano de Desenvolvimento Mundial, os sistemas de previdência poderiam aumentar dos atuais 40% do orçamento para 138% em 2065, inviabilizando o equilíbrio fiscal.
O BID diz ainda que o aumento de gastos do governo dificilmente ajudará a fechar a lacuna de desigualdade do país se as ineficiências na redistribuição não forem corrigidas.
No Brasil, os impostos diretos e os programas de transferências de renda às famílias reduzem a desigualdade em uma média de 8,3% contra 38% em uma amostra de países desenvolvidos, embora o país gaste valores semelhantes em relação ao PIB, diz o levantamento.
Para o BID, o Brasil também poderia melhorar indicadores de saúde mantendo seu orçamento e direcionando os gastos para serviços mais eficientes, gerando, por exemplo, um aumento na expectativa de vida no nascimento de 5,5 anos.
Outro ponto citado é que parte do gasto dos governos estaduais e municipais é financiado por meio de transferências intergovernamentais – 49% das despesas totais ou 9,9% do PIB. Segundo o BID, estudos empíricos mostram que mais transferências e menor proporção de impostos locais tendem a ser gastas em maior nível de salários e em menores níveis de eficiência na provisão de serviços e infraestrutura básica.
Educação
O BID recomenda que um maior gasto por aluno seja acompanhado de medidas de resultado, como as provas do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), assim como maior nível de formação de professores e de ajuste salarial baseado no desempenho.
Segurança pública
O Banco Interamericano de Desenvolvimento cita que o setor de segurança absorve 3,7% dos orçamentos fiscais no Brasil, contra 3,3% de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O estudo sugere melhorias nas áreas de organização e eficiência policial, evitando a subdivisão em muitos departamentos. Outra proposta é o melhor gerenciamento dos programas de prevenção de crime, e maior foco em pontos, pessoas e comportamentos de alto risco.
Fonte: Agência Brasil


ECONOMIA
Preços da Carne Suína Registram Alta com Oferta Ajustada à Demanda

Aumento nas exportações e custos de produção impulsionam os valores no mercado
Na última semana, os preços da carne suína, tanto no mercado do quilo vivo quanto nos principais cortes atacadistas, apresentaram uma elevação. De acordo com o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, a oferta de animais vivos mostrou-se ajustada em relação à demanda, o que ajudou a sustentar os preços.
Esse cenário, segundo Maia, deve favorecer a continuidade da alta de preços, mesmo que a segunda quinzena do mês normalmente apresente uma desaceleração no consumo final, devido à redução da capitalização das famílias. A exportação brasileira também tem mostrado bom desempenho, o que contribui para o equilíbrio da oferta doméstica. No entanto, o analista destaca uma preocupação com o custo de produção, uma vez que os preços do milho permanecem firmes na maior parte do Brasil.
Análise de Preços
O levantamento de Safras & Mercado revelou que o preço médio do quilo do suíno vivo teve um aumento de 5,36%, fechando a semana em R$ 8,03. No mercado de atacado, o preço dos cortes de pernil subiu de R$ 13,74 para R$ 14,09, enquanto o valor da carcaça passou de R$ 12,02 para R$ 12,88.
Em São Paulo, o preço da arroba suína subiu de R$ 165,00 para R$ 173,00. No Rio Grande do Sul, o preço do quilo vivo na integração se manteve em R$ 6,50, enquanto no interior do estado, avançou de R$ 8,15 para R$ 8,40. Em Santa Catarina, o preço na integração permaneceu em R$ 6,55, enquanto no mercado interno o valor do quilo aumentou de R$ 7,83 para R$ 8,50.
No Paraná, o preço do quilo vivo registrou um ganho de R$ 8,00 para R$ 8,45 no mercado livre, e na integração, manteve-se em R$ 6,55. Em Mato Grosso do Sul, os preços subiram de R$ 7,60 para R$ 8,00 em Campo Grande, enquanto na integração o valor continuou em R$ 6,50. Em Goiânia, os preços passaram de R$ 7,80 para R$ 8,40. No interior de Minas Gerais, os preços aumentaram de R$ 9,00 para R$ 9,50, e no mercado independente de R$ 8,80 para R$ 9,60. Já em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis subiu de R$ 7,50 para R$ 8,10, enquanto na integração o valor foi de R$ 6,50 para R$ 7,00.
Exportações em Alta
Em fevereiro, as exportações brasileiras de carne suína “in natura” alcançaram US$ 78,695 milhões, com uma média diária de US$ 15,739 milhões. O volume total exportado foi de 31,532 mil toneladas, o que corresponde a uma média diária de 6,306 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.495,7 por tonelada.
Em comparação com fevereiro de 2024, houve um aumento de 56,8% no valor médio diário, 42% na quantidade média diária e uma alta de 10,4% no preço médio. Esses dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
“Portal do Agronegócio”
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