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Mudanças Climáticas Aceleram Insegurança Alimentar e Inflacionam Preços de Commodities Globais
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Mudanças Climáticas Aceleram Insegurança Alimentar e Inflacionam Preços de Commodities Globais
Estudo da Nottus aponta como os eventos climáticos extremos impactam a produção agrícola e os preços dos alimentos
O agravamento das mudanças climáticas tem afetado a produção de alimentos globalmente, com a intensificação de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas severas e tempestades. De acordo com a Nottus, empresa especializada em inteligência de dados e consultoria meteorológica, essas condições afetam diretamente a produção e o preço das commodities alimentícias, gerando um impacto no mercado global e no bolso do consumidor.
Alexandre Nascimento, sócio-diretor e meteorologista da Nottus, afirma que os produtores precisam se adaptar a esse novo cenário. “Será essencial adotar sistemas de previsão do tempo mais precisos, que possam ajudar a mitigar as perdas causadas pelas variações climáticas”, destaca.
Impactos no Brasil e no Mundo
As análises da Nottus mostram que as condições climáticas irregulares têm gerado perdas significativas em diversas culturas no Brasil. A safra de verão 2023/24 sofreu grandes quedas na produção de soja e milho, especialmente no Paraná, Sudeste e Centro-Oeste, devido ao calor extremo e à falta de chuvas. As produções de café e laranja também foram impactadas pela escassez de chuvas nessas mesmas regiões. Já no Rio Grande do Sul, o excesso de precipitações prejudicou as culturas de frutas, soja, trigo, milho e arroz.
Em São Paulo, a seca e o calor intenso não só afetaram as plantações de cana-de-açúcar, mas também resultaram em um número recorde de queimadas, destruindo 181 mil hectares de canaviais. “Os prejuízos nos canaviais de São Paulo são estimados em mais de R$ 1,2 bilhão, e as projeções para a safra 2024/25 já foram revistas para uma colheita de 593 milhões de toneladas, abaixo das 602 milhões inicialmente previstas”, informa Nascimento. Ele observa que esse cenário impacta diretamente o preço do etanol e do açúcar, produtos essenciais na economia brasileira. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o etanol teve alta de 12% nos últimos 12 meses, enquanto o preço da saca do açúcar dobrou desde 2020.
No contexto global, a Europa também sofre com as consequências das mudanças climáticas. A produção de azeite foi prejudicada por ondas de calor excessivo, que afetaram o desenvolvimento das azeitonas. Nascimento destaca que fenômenos como a intensa chuva que atingiu a Espanha recentemente podem afetar ainda mais a produção agrícola mundial.
Aumento nos Custos e a Insegurança Alimentar
Além das perdas nas lavouras, os agricultores enfrentam custos adicionais devido aos danos às infraestruturas e ao impacto nas cadeias produtivas. A redução na produção de commodities como trigo, óleo de palma e açúcar tem levado à alta nos preços, contribuindo para a aceleração da inflação. No Brasil, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 1,52% em outubro, acumulando uma elevação de 4,2% no ano e 5,59% nos últimos 12 meses. Esse aumento impacta diretamente a renda das famílias e agrava a insegurança alimentar, especialmente entre as camadas mais vulneráveis da população.
Nascimento alerta que as mudanças climáticas afetam a produção agrícola de várias maneiras. “O aumento das temperaturas compromete a qualidade dos alimentos, altera o comportamento das plantas e agrava a escassez de água. Além disso, a distribuição desigual das chuvas prejudica o cultivo, com algumas áreas enfrentando secas prolongadas e outras sendo afetadas por chuvas excessivas”, explica. As tempestades severas também geram quebras de safra nas regiões mais produtivas.
O Papel das Previsões Meteorológicas
Para mitigar esses efeitos, Nascimento defende a importância de um serviço de previsão meteorológica preciso e abrangente. “Previsões detalhadas e assertivas são fundamentais para apoiar os setores público e privado na adaptação às mudanças climáticas, ajudando a evitar ou minimizar os impactos negativos sobre a produção de alimentos e a economia”, conclui.
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Alta nos fertilizantes pressiona produtores e encarece a safra 2025/26 no Brasil
Preços de ureia, MAP e cloreto de potássio disparam nos portos brasileiros

Os custos dos fertilizantes no Brasil têm registrado forte alta nos meses que antecedem a safra 2025/26, elevando a pressão sobre os produtores. Segundo o relatório semanal da StoneX, entre janeiro e meados de agosto, os preços da ureia subiram cerca de 33%, o MAP (fosfatado amplamente usado no país) avançou 19% e o cloreto de potássio registrou alta de 20% nos portos brasileiros.
Relação de troca entre insumos e grãos atinge patamar crítico
O aumento nos preços impacta diretamente a rentabilidade dos produtores. De acordo com Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado, a relação de troca entre a soja e o MAP está nos piores níveis dos últimos anos, desestimulando o consumo do fertilizante e obrigando os agricultores a adotarem maior cautela na compra de insumos.
“A demanda indiana tem sustentado as cotações do nitrogenado, e a queda do preço do milho reduz a atratividade das relações de troca no Brasil”, explica Pernías.
Alternativas para reduzir custos
Diante do cenário, importadores brasileiros têm buscado alternativas para contornar a pressão de preços. Entre os nitrogenados, o sulfato de amônio é a opção mais procurada. Já entre os fosfatados, os fertilizantes TSP e SSP têm sido utilizados como substitutos do MAP.
Mesmo com essas alternativas, a aproximação da safra tende a reforçar a pressão sobre os preços no mercado interno, tornando essencial o gerenciamento de custos e riscos por parte dos produtores. Além disso, condições de crédito mais onerosas em 2025 aumentam o desafio financeiro para viabilizar a próxima safra.
Escalada global dos fertilizantes
O aumento de preços não é exclusivo do Brasil. “A Índia, em plena safra Kharif, e os Estados Unidos — mesmo fora de sua alta temporada de compras — também enfrentam preços elevados no complexo NPK”, afirma Pernías.
O movimento de alta está ligado ao aperto entre oferta e demanda global. A China, tradicional fornecedora mundial, restringe exportações para garantir abastecimento interno, enquanto a forte demanda da Índia sustenta os preços internacionais.
Incertezas geopolíticas impactam abastecimento
O cenário internacional também traz desafios para o mercado brasileiro. Tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos indianos, em reação a fluxos comerciais favoráveis à Rússia, geram alertas entre compradores no Brasil.
“Em 2024, a Rússia foi a principal fornecedora de fertilizantes ao Brasil. Qualquer mudança nas dinâmicas comerciais globais pode afetar diretamente o abastecimento nacional”, conclui Pernías.
Fonte: Portal do Agronegócio
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